Eu sei que até parece que a Nomad me patrocina, mas eu juro que não.
À descoberta da América Central – Dia 6 – A room with a view e o chicken bus
18 de Julho de 2015, Guatemala
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A vista do meu quarto |
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O pontão perfeito, ideal, o sonho. |
À descoberta da América Central – Dia 5 – Que la Madre Tierra nos bendiga
17 de Julho de 2015, Guatemala
O ceremonial dos Chamans é ancestral, reporta-se às tribos Índias que os colonizadores dizimaram por esta América fora, e que na Guatemala ainda representam uma enorme fatia da população. Os Queqchies, quiché, mam, pocomam, caqchiquel, ixil, queqchi, tsutuil e jacaltecas por exemplo, mantêm vivas várias das suas tradições, tudo misturado com as tradições católicas vindas de Espanha em 1570, huppiles e cruzes, procissões do Cristo Sepultado e rituais espirituais dos Chamãs.
Nós fomos participar dum ritual liderado pelo Don Máximo, que tinha o dom da palavra e que foi capaz de nos emocionar.
Gostei muito, mesmo muito.
Sal, resina, velas, ervas de cheiro, pedidos de benção à Mãe Terra e a Deus. Ninguém entrou em transe, não houve gente a tremer ou a beber sangue, foi só uma oração conjunta e diferente do habitual. E se tivesse oportunidade de fazer isto uma vez por ano, era gaja pro fazer. Fez-me lembrar o “Bom dia Senhor” que fazíamos na Candeia e que nos aproximava dos miúdos. Aqui também nos aproximou um dos outros, e saímos todos de lá encantados!
Demos uma voltinha por um mercado local, daqueles mesmo a sério sem turistas, daqueles onde as pessoas nos olham ao mesmo tempo que se questionam: mas que raio está este alien aqui a fazer?! Ou seja, o sítio perfeito pra vermos o dia a dia. Vi imensas crianças por ali a brincar e algumas a trabalhar que deviam estar na escola, outras a tomar conta dos irmãos mais novos, mas também vi muitos miúdos e miúdas à saída da escola, todos sem excepção vestido com roupa ultra colorida e bordada e tecida à mão.
Não sou de tirar fotos a miúdos, mas eles são irresistíveis nas suas brincadeiras inventadas, como nesta corrida de caixas de fruta.
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Reparem no carrinho dos gelados em forma de camião, delicioso! |
Tive pena de não me poder lá sentar uma tarde inteira, mas o pitéu já esperava por nós. O almoço foi num restaurante fantástico (Casa del Obispo) onde a carne era manteiga e o gelado de fruta sem leite ou natas. Este sítio tão especial já foi descrito em livros que ganharam prémios literários e cujos excertos podemos ler nas paredes. Comemos soberbamente – aliás, come-se muitíssimo bem na Guatemala, têm imensa variedade. Ainda não repeti um prato, sempre à base de carne, mas com muita variedade. No fim do almoço a Dona e cozinheira do sítio vem procurar pela menina intolerante ao glúten, porque se tinha esquecido e posto molho no bife dela (o molho tinha farinha) , e pra recompensar tinha um doce gluten free. E é assim que eu me vejo a braços com um belíssimo frasco de doce de carambola, feito pelas mãos de uma Chef Guatemalteca!
Sim, sim, já sei, nasci com o cú virado pra lua, what else is new 😉
Entramos na carrinha a rebolar e fomos ao Cerro de la Cruz ver a cidade de Antígua em todo o seu esplendor.
Passamos o resto da tarde no relax e na conversa, jantamos em casa e fomos conhecer a chiconight local. Dancei como há anos que não dançava, suei que nem uma parva, ri-me que nem uma perdida a ver os alemães e holandeses a dançar descordenadamente enquanto as santas das Guatemaltecas, cheias de paciência, os guiavam e tentavam fazê-los parecer menos mal. Mas é dificil quando a técnica de baile dos elementos é pegar de estaca com os pés e mexer unicamente os ombros e o braços.
Sim, chorei a rir. E sim, lembrei-me de toda e de cada uma das minhas noites de Erasmus, ah, saudade!
Highlights
Chaman
Mercadinho da aldeia
Restaurante 5 estrelas
Cerro de La Cruz
Chicoteca local
Eleição da Rainha da Escola
À descoberta da América Central – Dia 4 Vulcão Pacaya
16 de Julho de 2015, Guatemala
À descoberta da América Central – Dia 3 – Antigua Guatemala
15 de Julho de 2015, Guatemala
Depois de um pequeno-almoço contundente no Kaffé Fernando, fomos procurar o Hotel Santo Domingo e pelo caminho encontramos La Iglesia de la Merced, a padroeira da Guatemala.
Eu gosto pessoalmente de arte sacra, e achei a imagem da Virgem muito bonita, diferente do habitual, toda de branco, com um coração ao centro. A igreja em simera simples, grande, mas também bonita, toda amarela, cheio de rebordos brancos, e mesmo ao lado do Arco de Santa Catarina.
Entramos em todas as portas que vimos na 4a Calle Poniente e deixamos o queixo cair de todas as vezes que o fizemos. O cuidado e o bom gosto de cada loja, restaurante, bar, padaria, convida a querer ficar pela Antigua tantos dias quanto possível.
A cidade é mesmo espectacular, cada recanto é uma surpresa, e o Hotel Santo Domingo é a prova viva. Com um museu e uma igreja lá dentro, vale a pena umas horas de passeio nos seus jardins e exposições. Depois do almoço fomos até ao Mercado de Artesanias, onde é difícil não perder a cabeça, e obviamente…enfeirei. Tinha de ser! Comprei duas mantas bordadas à mão que vão ficar fabulosas em cima das minhas poltronas e fazem pandan com o resto da sala. Embora o normal cá sejam mantas super coloridas, as minhas são beges, com uma faixa discreta em tons de laranja. Depois mostro o efeito final 😉
Passamos no hotel pra deixar as tralhas, e cai a típica trovoada desta zona, um tóró daqueles, e acabamos a conversar nos super confortáveis sofás da Casa Santiago.
Pelas 17 ainda chuviscava, mas já dava pra sair e fomos lanchar ao Kaffé Fernando porque tem uns bolos de chocolate caseiros divinais. Aliás, o chocolate é feito lá, e há imensos produtos gluten free pra mim 🙂 Jantei a la Anthony Bourdain numa barraquinha em frente à Iglesia de la Merced, umas tortas con aguacate, tomate, cebolla, queso y chilli… Y se le fué la mano a la niña con el picante! Quando acabei de comer acho que me tinham nascido 4 pêlos no peito!
Highlights
Iglesia de la Merced
Arco de Santa Catarina
Hotel Santo Domingo
Mercado de Artesania
Kaffé Fernando (Puzzles)
Me cae bien esta noche el ron
Relato da Viagem à América Central pelas mãos e fotos de outra viajante:
Me cae bien esta noche el ron.
É muito giro, leiam no tumblr e apreciem o relato super bem escrito e muito mais concentrado que o meu 😉
À descoberta da América Central – Dia 2 – Em Miami só se fala Espanhol e La Antigua Colonial
14 de Julho de 2015, Guatemala
Isto de ser da IBM rende sempre nos “Estates”. Através da Booking reservei um quarto no Hilton Blue Lagoon por 99$.
Segundo o concierge, a tarifa mais barata que já viu.
À chegada apresentei o cartão da IBM e perguntei se tinha direito a um desconto extra (não custa tentar!), e o senhor recusou o desconto mas fez-nos um mega upgrade.
Eu não me importo nada de dormir em sítios baratos, mas na primeira noite tento sempre ficar num bom hotel pra curar imediatamente o jet lag.
E ooooh se curei, desde o W Design em Bali que não dormia numa cama tão boa, quase choro de felicidade quando acordo hoje, recuperadíssima, pronta pra Guatemala e cheia de boa disposição.
E a avaliar pelo desenho magnífico que a Maria José fez da minha pessoa, não fui a única que dormiu maravilhosamente e acordou como um pardal, no Sir!!
Melhor ainda foi aperceber-me que q minha camisola dizia Miami…how corny is that?
Estou super inchada, confesso, nunca me tinham desenhado e acho que ficou espectacular! Obrigada Maria!
Fresquinhas que nem alfaces, chegamos à Guatemala onde o Carlos Carneiro e o Eduardo Madeira nos esperavam, e trouxeram-nos para Antígua.
Uma cidade colonial linda de morrer, completamente restaurada e cuidada, onde se encontram verdadeiras pérolas em cada recanto, como o Café Boheme, esta coisa tão fofa que pode causar naúseas de tanta foforice. No meu caso, tornou-se imediatamente NO SPOT!
Percorremos as avenidas em quadrícula durante toda a tarde e acabamos por nos sentar entre chás e bolos depois de uma tarde entre as ruínas causadas pelos terramotos e casas coloridas e cheias de bom gosto.
Começou muito bem este novo périplo, onde as pessoas são encantadoras e amáveis e os recantos apaixonantes.
Como dicen por acá: mucho gusto Antígua!
Highlights
Eu desenhada!
À descoberta da América Central – Dia 1 – À pele
13 de Julho de 2015, United States
Aviso aos navegantes: os atrasos da Iberia podem provocar ataques cardíacos causados pelas corridas obrigatórias ao longo do estupor do Terminal 4 de Barajas para se apanhar as ligações. Menos de 3 a 4 horas de intervalo entre o vôo de Lisboa ou Porto – Madrid e o seguinte é coisa pra vos deixar plantados em terra, e cinco horas num balcão em Barajas a negociar o vôo seguinte.
Nós chegamos à pele. Rais parta a Iberia.
Mas o vôo até foi bastante razoável, principalmente tendo em conta que dormi 5 em 9 horas, todo um record.
Miami, here we are!!
PS1: o passport control em Miami é mesmo, mas mesmo muito caótico por causa da quantidade incrível de vôos que aqui fazem escala. Foram duas horas de espera numa fila imensa, e que é única, ou seja, precisam de 4 horas de escala em Miami pra não
perderem o vôo seguinte. É que mesmo que estejam em trânsito, precisam de passar neste passport control para poderem seguir para onde quer que vão. E é obrigatório levantarem a mala e fazerem check-in da mesma novamente pro próximo destino.
No regresso só temos duas horas de escala, isso sim é que ai ser “à pele”!
PS2: já há wifi e rede de telemóvel nos aviões!!! A parte menos simpática é que não são grátis e custam os olhos da cara e o outro também…
Todas as fotos da Viagem À Descoberta da América Central estão no Albúm de fotos do Facebook da Andorinha Desnorteada.
Levei cá uma abada!
Persia, a dream come true in Iran – DAY 3 – Teerão
29 de Dezembro de 2014, Iran
Com 9 horas de sono restablecidas, “amandamo-nos” pra dentro do metro, que como disse a Maria João, foi tão rápido que nem deu pra comprar umas cuecas! Literalmente, neste País, tal seria possível em escassas 3 ou 4 paragens de metro. Passamos outra vez pelo parque Shar em direcção ao Museu Nacional.
Só que estava fechado naquela segunda-feira, não que a gente entendesse porquê, mas era assim. Sem stress, trocamos logo pelo Palácio Golestan.
O Palácio Golestan escondidinho |
O Palácio está meio escondido, quem vê de fora, entaipado que está entre horrorosos edifícios do ministério, ninguém diz o que ali está.
Uma pequena parte do interior do Palácio Golestan |
A sala mais espectacular é sem dúvida a sala do trono, construída para que o Sha pudesse receber os chefes de estado estrangeiros, celebrar casamentos e recepções e inclusivamente coroar-se pela segunda vez em 1967, passado 25 anos de ter sido coroado pela primeira vez.
Cá pra mim ele achava que assim a coroa se lhe colava à cabeça. Adiantou-lhe muito! Só não lha arrancaram em 79 porque fugiu a tempo!
O certo é que, embora não tenha fotos da sala de espelhos, aquele tecto e até as paredes, coincidiram ipsis verbis com o meu imaginário duma sala das mil e uma noites. Os espelhos todos pequeninos a formar composições delicadas tanto nas paredes como nos tectos, foi das coisas mais bonitas que vi e vou continuar a ver nos meus sonhos. Que beleza.
Uma selfie numa das sala de espelhos (armada em intelectual com “gafas”) |
Passamos a manhã toda no Palácio, onde vimos como viveram os Shas desde 1837, as peças extraordinárias que lhes foram oferecidas desde os tempos de Napoleão e da Rainha Vitória, e os quadros e estátuas de cera que representam esses seres feiosos que cagavam em sanitas de ouro enquanto o seu povo morria de fome.
Valeu a pena pra termos uma noção de porque é que houve uma revolução em 79, de porque é que os sacanas dos Ayatolas e dos militares conseguiram o poder (até hoje) e trouxeram o País pra trás mais de 50 anos, e hoje, quando o visito, sou obrigada a andar com um hijab.
Não há fotos que façam justiça ao Palácio Golestan |
Não há fotos que façam justiça ao Palácio Golestan |
I look like freaken royalty! 😀 |
Num é fácil andar por aí com uma camilha por cima do lombo… |
A sério, não há fotos que façam justiça ao Palácio Golestan, AS salas dos espelhos eram qualquer coisa do outro mundo! |
Who is the selfie master? I am!!! Esta vou pô-la cá em casa num “passepartuuuu”! |
O Irão está a mudar graças a Deus e espero, sinceramente, que este País se mantenha em paz durante muitos anos, mas com um outro tipo de poder, mais permissivo, mais justo, muitísimo mais equalitário.
Almoçamos num tasco, muito concorrido e muito conhecido pela truta frita. Eu como enjooei de truta na Holanda, comi uma espécie de lentilhas, carne e beringela em molho de tomate e limão, e babei. Que delícia! E lambi os dedos com a beringela, com tomate, alho, e pimento que comi de entrada com pão Iraniano. Eu quero aprender a fazer aquilo em casa, tenho que ter a receita!!! Não sei o nome ainda, mas nos próximos dias vou descobrir e depois digo-vos!
A foto é da João, descobri há coisa de um mês que ela fotografou os pratos todos, por isso cá está a bela da truta frita. |
Depois do almoço apanhamos um autocarro pra Kashan, e a estação central de autocarros é surreal, tenho que explicar isto que é muito engraçado: ainda dentro do taxi o Filipe disse-nos pra cada vez que falassem conosco respondermos “Kashan”, que assim eles desamparavam a loja.
Não percebi o porquê, mas fizemos o que ele nos disse, e seguimos de malas às costas atrás dele. E realmente sempre que se dirigiam a nós e dizíamos Kashan, os tipos bazavam…excepto um deles que me disse “Kashan” de volta e me mandou segui-lo.
Ora pois tá claro que me borrifei pro homem, mas isto foi ao mesmo tempo que chegamos ao interior da estação e percebo finalmente como é que isto funciona! Há uma série de homens cá fora a perguntar pra onde vais, porque há várias empresas a irem pro mesmo sítio, e os tipos vêm cá pra fora pra arranjarem clientes. Imaginem que uma rede de expressos, a rodonorte, a renex e outras que tal, tinham à porta das estações uma pessoa pra vos desafiar a escolher uma delas, que cena marada, ah!
Embora haja guichets, até onde eles vos acompanham pra comprar o dito cujo, são sete cães a um osso a tentar encher os autocarros. Essa é outra, mandaram-nos logo logo pro autocarro, e depois ficaram à espera de mais clientes pro acabar de encher. O que eu não consegui perceber bem é se os autocarros saem constantemente, ou se têm um horário pra sair, o Filipe riu-se quando lhe perguntei e disse que sim, que têm um horário, pode é ser um horário flexível…. :)))
É só rir neste País.
Kashan here we go. O autocarro é bem nice, há que dizer, até nos deram lanche e tudo! Lindo :))
São 3 horas, podiam aparecer aí as senhoras da lingerie, de certeza que fazíamos negócio!
PS: o caravensai onde ficamos em Kashan é lindíssimo! Chegados a Kashan saímos pra uma volta mínima de reconhecimento depois de jantarmos maravilhosamente no caravensai, e passamos numa frutaria e o dono vê o Filipe e faz-lhe uma festa enorme. Manda-nos entrar, oferece-nos laranjas cortadas aos quartos, (e não se esqueçam que éramos 11 pessoas!), e convida-nos A TODOS pra jantar lá em casa no dia seguinte. Era a primeira prova da afamada hospitalidade Iraniana, que assim que te conhecem oferecem-te comida e até te convidam pra ficar a dormir lá em casa. Eu que já tinha lido sobre isto, não queria acreditar.
Mais uma foto da João, e ali está o frango carregado de alecrim, o melhor da viagem, sem dúvida. |
O Filipe vai-me rifar, mas eu vou por aqui uma foto do spot onde ficamos, sempre quero ver-vos encontrá-lo na Booking.com ! |
Highlights
Palácio Golestan
A sala do trono e dos espelhos
O caravensai de Kashan
O frango com molho de tomate e alecrim