E bacas? Já vos disse que há bacas nos Açores?

Então é assim: os Açores tem o mesmo clima maravilha que Amesterdão. Nada que eu já não soubesse, mas a Joana fica pasma todos os dias com a descontracção com que olho pela janela e digo: ya, nublado. Bem, ‘bamo lá embora Fernandes?
É mais do mesmo, mas como eu no último ano aprendi a fazer tudo seja com que clima for, encaro o nublado como: enquanto não começar a chover “tasse bem” e quando chover, abrigamo-nos e esperamos que passe. E foi assim que no primeiro dia enfiamos 9,17 kms no lombo entre a Vista do Rei e o Pilar da Bretanha e no segundo dia mais 9,33 kms nas Furnas, à volta da Lagoa e na subida ao Pico do Ferro. Era preciso abater o cozido das Furnas que mandamos a baixo (bem bom!! Mais adocicado que o do Continente, mas muito bom mesmo!) E pra não variar, vimos vacas. Bué vacas. E uma paisagem lindíssima de cortar a respiração.
Portugal é mesmo um espanto de País e os Açores têm uma beleza natural que deixa a Suiça a um canto. A chatice é o nevoeiro e a chuva, mas por algum motivo é tudo tão verde, e óbvio, há pastos e vacas. É que é mesmo muita vaca!

Já agora e antes de por as fotos, nós ontem esquecemo-nos de contar que os Pais do bebé Jorge que nos deram boleia eram agricultores e pastores. Nós tocamos à campainha duma vivenda com bastante bom aspecto mas os senhores eram muito simples. O carro era aparentemente novo (ou bem cuidado) e era um carro normalíssimo, nada de bms ou audis. Vai daí numa de fazer conversa com os senhores perguntamos o que é que faziam e eles disseram-nos: temos vacas. E nós fomos falando sobre animais e tal, mantendo a conversa simples, pra nao ofender os senhores e comunicarmos decentemente com os nossos salvadores. Eu fiz montes de perguntas sobre vacas, a Joana sobre os tipos de comida que se dáo às bichas, e nisto diz-nos o Pai do bebé Jorge: (ler com carregada pronúncia Açoreana) mas como é que se perderam? As meninas não têm um smartphone? Tem os mapas da TMN e o googlemaps.

Juro-vos que nos enterramos no banco do carro com a vergonha. Fenix, o pastor sabia perfeitamente de tecnologia e nós a fazer conversa sobre vacas!
Será que os gajos que inventaram a publicidade do “touxim? É pra minhe!” também se perderam nos Açores?

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