Foram as ferias mais tranquilas de sempre – Croácia III and final.

Éramos 3 pessoas que nunca tinham feito nada em conjunto, nem sequer um jantar. Passamos 10 dias, 24 sobre 24, sem uma única zanga, um único amuo, sem stress algum, em concordância absoluta sobre onde ir e o que fazer. Durante 7 dias andamos de barco e fizemos caminhadas intensas e nunca, nem por sombras, tive vontade de atirar a Ana ou o T. borda fora. E inacreditavelmente, dito por ambos, eles também não tiveram vontade de rifar nenhum dos outros dois. Tivemos conversas intensas, trocamos opiniões fortes sobre relações e sobre o modo de nos relacionarmos com os outros e acabamos sempre a rir, bem dispostos, mesmo no momento mais pessimista de subida da montanha, momentos em que vi a minha vidinha a andar pra trás (graças aos 29 graus que se faziam sentir e a tensões muito baixinhas), mas nem entao me indispus, ou amaldiçoei a minha (grande, diga-se de passagem) ideia de fazer trekking. 
Mesmo quando o T. me dava com a enciclopédia na mona consecutivamente, nem aí me chateei, aborreci ou me apeteceu mandá-lo ver que tal era o Paraiso na Sérvia. Fizemos um mix tao porreiro que posso dizer com toda a tranquilidade que foi a primeira vez na vida (fora as viagens a Munique e ao Luxemburgo com a Tuxa e o Meia-Laranja) que fiz uma viagem tao longa, tao intensa e tao tranquila. 
Conhecemos pessoas, jantamos com Croatas por duas vezes, conhecemos Zagreb, a Dalmácia  do Norte e um porradão de sítios que não consigo pronunciar mas que incluiem Sakarun, Sali Paklenica e Zadar, todos eles lindíssimos e dignos de uma visita. 
Aprendemos a fazer pizza e conhecemos um gajo que tinham uma mão que parecia uma raquete (por isso é que a pizza era tão boa) ou um polvo (vi-me à rasca pra tirar as patas do animal das minhas pernas, e eu tenho umas pernas que não valem um charuto, imaginem se fossem boas!) consoante a faceta que quisesse demonstrar.
O certo é que tanto eu como os meus (perfeitos) companheiros de viagem gostamos imenso da rota traçada pela equipa a bordo e recomendamos vivamente que viagem com eles. A empresa é alemã e chama-se Idriva e tem escritórios na Holanda também. Aproveitem e cusquem o site: http://www.idriva.com/
Depois não digam que eu não sou amiguinha, ah!
Não sei é se vão ter a sorte que nós tivemos e encontrar uma brigada do reumático (aquilo era só velhotes, terceira idade mesmo) tão simpática, nem mesmo se vão conseguir ser como os incomparáveis Ana, Sofia e Hugo que deixaram o nome dos Portugueses limpinho pra quem quiser voltar.
Ficam então as últimas fotos da Croácia, espero que gostem. Nós adoramos. 

Este é o desporto nacional de verão dos Croatas. Há uma bola que é continuamente atirada de um jogador para outro e vai-se contando pra ver até que número de passagens se consegue atingir. Ganha aquele que se esborrachar na água com mais impacto. Passamos umas boas duas horas nisto e viciamos mais uns.

Sali

Esta foto não tirada por mim, mas em zoom é qualquer coisa de extraordinário. Cliquem para ampliar.

Zadar

Sakarun

Sakarun

Sakarun

Esta foto tb acho que não foi tirada por mim…está demasiado boa!

Paklenica

Está um bébé a dormir ali na caixa em forma de joaninha. Os Pais escalam montanhas e têm o material todo para sustentar o vício. É de muito pequenino que se torce o pepino! Eram alemães, btw.

Uma rota entre ilhas Kornati, feita por poucos capitães e digna de uma foto melhor que esta, mas ia demasiado entretida a ver a paisagem e a cor esmeralda da água.

5 aninhos tinha esta criança! Vai buscar!

Afinfei-lhe no peixe o mais que pude!! Mas a carne também era uma maravilha, confesso.

Igreja do século XI. Não me enganei, é mesmo 11.

quase quase que lá chego!

Banhos de lama. Tb fiz, mas não posso publicar por motivos de sanidade visual dos visitantes.

Zadar e o seu piano de água do mar. Vão à wikipédia pra saber como é que este momumento foi arquitectado. Faz o som mais tranquilizador que já ouvi.

Zadar (cá pra mim a velhota sabia que vinha parar ao blog)

Zadar

Boes boes! Boes Boes!!!

Croácia – foto 2 – Zagreb

Entrada da Catedral

Catedral de Zagreb

Detalhe da cidade, escondida por entre portas

Capela debaixo duma arcada

Centro histórico

Capela debaixo da arcada

Detalhes que fazem a cidade especial

Edifício antigo. E a foto em si é gira, pronto.

O Rossio lá do sítio

Crumble de frutos silvestres, baunilha e iogurte a acompanhar. F** unbelievable!

Restaurante Vinodol no centro de Zagreb

Eu e um dos muitos palácios que ainda se podem encontrar por Zagreb. É gajo pra ser a casa da ópera, mas não tenho a certeza, nunca decoro estas coisas, sou péssima em nomes estrangeiros.
Num dos jardins reparei que as árvores tinham todas olhinhos, foi uma iniciativa muito engraçada.

Detalhe nocturno ou como fazer um cat walk parede acima 😉

Zagreb

A cidade de Zagreb não é nada de louco e transcendental, mas é catita. Tem um centro histórico bonito e algumas curiosidades. Nota-se claramente a influência do império Austro-Hungaro, tal como em Praga, mas como foi palco de muitas guerras e muitos conflitos (os Balcãs nunca tiveram paz por muito tempo) uma boa parte dos edifícios desapareceu e deu lugar ao que eu chamo “estilo comunista do leste horroroso” e alguns novos edifícios que surgiram nos últimos 20 anos pós-guerra. O certo é que a harmonia entre os edifícios não é propriamente estonteante, mas é uma cidade agradável, onde as mulheres andam sempre impecavelmente bem vestidas (um bocado over dressed pra dizer a verdade, principalmente durante o dia), o centro histórico conserva monumentos desde o século XX, e que é gira de se ver…num dia. É minúscula.
A Catedral é lindíssima, há que dizer que é um monumento único e que vale a pena visitar. Riquíssima, e ainda por cima aposto que tinha acabado de ser “lavadinha” pro Papa que esteve lá na semana anterior a nós termos chegado. Caso não saibam, na Croácia há imensos (e fervorosos) Católicos. Nota-se bastante que os Croatas são devotos há que dizer. No meio do centro histórico, debaixo duma arcada, encontramos uma capela. Tenho fotos dos bancos da capelinha que estavam do outro lado, mas como houve uma senhora que ficou bastante visível, não publico porque acho que não é correcto. Mas isto pra dizer que eram praí 3 da tarde quando por lá passamos, e havia mais fieis que no São Bentinho da Porta Aberta. Isto é só um exemplo. Também entramos na Catedral na hora H da missa, e embora não estivesse à cunha, havia lá mais gente que na missa de Sábado da Sé de Braga, e se há mais gente dentro de uma igreja que em Braga, é sinal que são reeeeeealmente católicos.
Outra coisa engraçada foi o Museum of Broken Relationships. É um museu composto de peças que pessoas ofereceram ao museu juntamente com um texto. Essas peças de algum modo tinham um significado muito grande para a relação que tinha terminado. Eu e a Ana saímos de lá completamente deprimidas. Fonix, que aquilo era uma violência! Tivemos que ir lá dentro buscar o H. por uma orelha. No início teve piada, mas depois passamos pra umas salas mais hardcore, em que vi um machado que tinha um texto ao lado sobre a sua história. Ora era de uma moça A que, p’ra deixar de ouvir os amigos mimimi que ela nunca deixava ninguém entrar na vida dela, abriu a porta a uma gaja B que tinha conhecido (sim, era lésbica. Estas paixões homossexuais são sempre muito mais intensas…!). A gaja B mudou-se pra casa da A logo 4 dias depois de se conhecerem. A moça A foi de férias e deixou a nova amiga B lá ficar. Quando voltou tinha uma notinha em cima da mesa da moça B a dizer que tinha encontrado outra pessoa e que depois passava pra vir buscar os móveis e passado 15 dias ainda não tinha aparecido. Ora a moça A não foi de modas…comprou um machado e destruiu a mobília toda da gaja B. Todos os dias partia um móvel inteirinho. Por cada dia a mais que a outra levasse, ela esfodaçava-lhe mais um móvel. Quando a outra veio buscar as coisas, entregou-lhe uma palete de tábuas.
Como vêem, esta foi algo pesadota, mas havia piores.
No fim comprei uma borracha muita gira que diz: Bad memories eraser.
É que a cena do machado pareceu-me muito fixe pra aplicar a algum que outro ex que já tive e achei que realmente esquecer é o melhor remédio 😉 


Esta foto é de outra peça que lá estava e a que achei um piadão:

A cena branca pendurada na parede é um cinto de ligas

Para comer, confesso que não foi tão fácil quanto eu pensava. A maioria dos restaurantes que apareciam eram “italianos”. Muito estes tipos gostam de uma pizza! Ora aqui a Sofia Maria que tem um amigo em cada esquina, teve a sorte de ter o amigo Goran (já vos disse que gosto muito do povo Croata?) a levar-nos a um dos melhores restaurantes de Zagreb (de que não me lembro o nome, mas vocês também não querem lá ir que quando virem a conta desmaiam. Nós como temos uma “mija” que não podemos com ela, não vimos a dolorosa. Mas garanto-vos que deve ter sido puxada, tipo…bué. Don’t wanna go there.) e a indicar-nos as suas preferências na cidade. Recomendou-nos o Vinodol (com 4 estrelinhas no trip advisor, not bad) que fica assim escondidinho e cuja porta é discreta, mas que além de enorme, serve muito bem, tem um vinho de truz e uns calamares a la romana feitos na hora que oh God! Mas mesmo mesmo de lamber os dedos foi o Crumble de frutos silvestres com gelado de baunilha e uma espécie de iogurte a acompanhar, que eu até estou com fome só de me lembrar. Note-se que eu não sou apreciadora de doces, logo, se eu recomendo um doce é porque é efectivamente a p@ta da loucura, estamos entendidos?


E sobre Zagreb, de momento não se me apraz dizer mais nada, a não ser que é um ponto de passagem e que embora seja uma cidade simpática, não é assimmmm a última coca-cola no deserto, if you know what I mean.

Croácia – foto 1

Vamos lá devagarinho mostrar a beleza incrível da Croácia. Esta foto foi tirada no Parque Nacional de Paklenica, a 500 metros de altitude. Ia-me dando o breco-breco quando subi porque estavam 28 graus e havia poucas sombras. As cabras montesas que eram os Austríacos chegaram MEIA HORA antes de mim. Fui gozada até à morte. Só não desisti a meio porque nunca desisti de coisa nenhuma. Nem na Faculdade, em que tentei desistir de um exame e o Professor não me deixou. Eu não tinha estudado nem uma linha, fui só lá buscar o exame para estudar para a chamada seguinte, e passaram os primeiros quinze minutos e o Prof não deixou ninguém desistir e lá tive que gramar a hora e meia de exame. Tirei um belíssimo cinco. Sim, de um a vinte, um cinco. Mas não desisti. Também não desisti de subir à montanha, mas quando cheguei lá cima já só me saíam impropérios nortenhos ao estilo: p@ta que pariu a gruta, eu quero lá saber das estalagmites e estalactites! O que não era de todo verdade, mas eu estava completamente a morrer e tinha bebido litro e meio de água e precisava urgentemente de ir mijar.

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Ó PEOPLE! Comé que é? Tasse?

Chez Damas e Cavalheiros,

Vou dar de frosques, que é como quem diz, bazar de FÉRIAS, coisa que já não usufruo desde Setembro do ano passado e quem disser o contrário é perneta!
Vou velejar pra Croácia e fazer um porradão de caminhadas pra ver se deixo de ter rabo de padeira e passo a ter rabo de papo seco.
Vou-vos deixar “xogadinhos” aí durante 15 dias enquanto eu vou curtir, tasse? Vou ali fazer a mala e num bolto tão cedo.
Entonces desejo muita saudinha, muito docinho, muito amorzinho, muito tudo de bom, que eu estou que não me aguento de desesperada por “hólidáis”!
Ora então até ao meu regresso, e um bem-hajam!
Sofia e Petzi Maria (que vai pra casa dos avós que vai muito bem!)