





Afinal chegamos todos um dia antes, só falta um elemento no pelotão.
Somos 9 Tugas e 2 Brasileiros, Pai e Filho.
O grupo é giro e o Carlos um porreiro, que em vez de nos deixar andar por aí perdidos pela Medina a enfeirar babouchas como se não houvesse amanhã, nos propõe irmos até umas ruínas romanas a 100 kms de Fez: Volubilis.
A uma hora de caminho de Fez, encontram-se as ruínas de um império Romano que se mantêm melhor que a Acrópole de Atenas e que foram declaradas Património Mundial da Unesco. Vale a visita, mas não deixem de contratar um guia. Por 15 dirham cada um, faz-se a festa e vale bem a pena a explicação. O Rough Guides também ajuda, mas o guia tem surpresas…
Pelo caminho passamos por vales cultivados intensamente e a perder de vista. Vimos uma barragem que transformou a paisagem com águas azuis, e fomos a uma aldeia perdida no meio do nada almoçar. No regresso tentamos parar no concurso anual de fantasias Marroquinas, centenas de cavalos e de pessoas esperavam-nos… dentro dum camião. Chegamos tarde demais, foi uma pena.
Chegados a Fez novamente proponho-me a um hammam. Os guias acharam um, SPA privado e não um hammam público, não se metam nisso! e por 200 dirhams recebi uma massagem divinal. Tão boa que lhe dei 50 de gorja! Que mãos tinha a cachopa!
A medina é labiríntica, perdi-me do resto do grupo e encontrei o caminho sozinha, o que pra uma andorinha é um feito!
Fez fervilha de gente, mais ainda à noite que de dia. O nosso Riad fica mesmo na porta de entrada de Bab Boujeloud.
Não é nenhum W design nem nenhum Hilton, mas é seguro e acolhedor, realmente bonito. E o senhor que toma conta dele é simpático.
Há milhares de gatos por todos os lados, todos com um ar famélico, outros extremamente pequenos, de partir o coração a qualquer dono de bichanos. Alimentam-se dos restos dos talhos e peixarias e dos restos de toda a gente que faz vibrar esta cidade e esta medina.
As pessoas são pobres, humildes, simpáticas, aldrabonas e sempre a tentar ganhar vantagem. As mulheres todas de lenço, os homens de mãos dadas como é tradição árabe. Só se nota que os tempos mudaram e os anos passaram, quando lhe olhamos pras roupas. De resto continua tudo na mesma: galinhas vivas, cabeça de cabra, com pêlo e tudo, coelhos, talhos a céu aberto com moscas insistentes e carnes tristonhas, muitas tendas que vendem de tudo e outras que só vendem peles e babouchas e as loiças das tagines e brincos e pulseiras mil.
Imprópria pra nojentinhos, África abre-me assim as suas portas através de Fez, e eu gostei.
E isto foi só o primeiro dia. Venham de lá mais, estou a ficar viciada Nomad!