Viver cá fora não é glamour. Eu vejo sempre o meu copo meio cheio porque fiz bons amigos. Mesmo assim a Elite tem, a meu ver, razão.

Além das festas, e dos saltos e dos cosmos e toda essa futilidade que vos obceca, já pensaram nas horas que se passa sozinho com um livro numa lavandaria, a ver as pessoas passar, sem ninguém com quem conversar? pensaram no que é viver numa cidade na qual não conhecem ninguém? Em que trabalham 12 horas, andam a pé porque não têm um carrinho ou lugar para parquear o carrinho ou apenas porque ter um carrinho é caro que doi? Pensaram no tempo que se passa em transportes apertados para gastar 75% do salário no aluguer um quarto de um apartamento que partilham com cinco pessoas estranhas, que não falam com vocês, a não ser hello-goodbye e post-its no frigorifico a perguntar QUEM ROUBOU A M* DA MINHA SALADA SEUS FDP? Sabem o que é ir ao cinema sozinho? Gastar tanto dinheiro em take away porque vamos comer sozinhos e nem temos vontade de cozinhar para uma pessoa? Ter encontros esporádicos, conhecer muita gente, ter muitos números no telefone mas não ter ninguém com quem falar a sério, a quem expor os nossos problemas, apenas porque queremos ser cool? A Carrie não existe, a Amélie não existe.

Recuerdos de Paris # 22

Estes faziam os nossos perfis com uma tesoura. Ficava perfeito. Custava 20 euros, estes gajos passam-se! E havia quem pagasse. Afinal eu dei 10 euros por uma merda sem jeito nenhum…mas 20? Por um papel cortado na hora? Pft! Mas há que dizer que os gajos eram mestres. Dava gosto vê-los fazer.

Recuerdos de Paris # 21

E como não podia deixar de ser, fui chulada. O gajo começou por fazer o quadro contra minha vontade, mas o ego foi mais forte, e quis ver o resultado. Começou por dizer que o quadro valia 50 euros ( hahahaha, o gajo era um cómico. Seriously, 50 euros?!) e acabei a pagar 10, mas porque sim, porque tenho especial simpatia por Croatas.
Ficou giro, mas a minha prima mais nova fazia bem melhor (a miúda é uma artista!).

Recuerdos de Paris # 16

Um brinde à qualidade de vida.
E aos nossos Pais que suaram (muito) pra nos pagarem uma educação que hoje em dia nos permite dizer que, na sexta-feira ao fim do dia, estávamos em Paris a beber um vinhozinho por Montmartre. Obrigada também por nos ensinarem que o trabalho árduo rende os seus frutos. Santé!