Viver cá fora não é glamour. Eu vejo sempre o meu copo meio cheio porque fiz bons amigos. Mesmo assim a Elite tem, a meu ver, razão.

Além das festas, e dos saltos e dos cosmos e toda essa futilidade que vos obceca, já pensaram nas horas que se passa sozinho com um livro numa lavandaria, a ver as pessoas passar, sem ninguém com quem conversar? pensaram no que é viver numa cidade na qual não conhecem ninguém? Em que trabalham 12 horas, andam a pé porque não têm um carrinho ou lugar para parquear o carrinho ou apenas porque ter um carrinho é caro que doi? Pensaram no tempo que se passa em transportes apertados para gastar 75% do salário no aluguer um quarto de um apartamento que partilham com cinco pessoas estranhas, que não falam com vocês, a não ser hello-goodbye e post-its no frigorifico a perguntar QUEM ROUBOU A M* DA MINHA SALADA SEUS FDP? Sabem o que é ir ao cinema sozinho? Gastar tanto dinheiro em take away porque vamos comer sozinhos e nem temos vontade de cozinhar para uma pessoa? Ter encontros esporádicos, conhecer muita gente, ter muitos números no telefone mas não ter ninguém com quem falar a sério, a quem expor os nossos problemas, apenas porque queremos ser cool? A Carrie não existe, a Amélie não existe.

12 comments:

  1. Concordo. E nem é preciso ir para fora. Acontece o mesmo cá dentro. Eu tive sorte: as minhas colegas de casa ainda hoje são minhas "irmãs". Mas mesmo assim houve alturas em que a solidão de estar longe era difícil.
    Mas o pior, o pior mesmo é estar doente e continuar a ir trabalhar porque isso é melhor do que estar doente e sozinha em casa, sem ter quem nos faça uma sopinha que não temos vontade de comer ou nos vá à farmácia comprar medicamentos.
    beijos

  2. O que me custa mais é a adaptação – readaptação. Dá trabalho a primeira e, parece-me, ainda mais a segunda (pelo menos no meu caso). Mas vou rabujar menos, está prometido. :p

  3. Não 🙁 Tou em Portugal uns tempos, e não posso, mas eu fui ver em Portugal e adorei, confesso. Na altura ofereceram-me o bilhete, sabes, a minha expectativa era zero e pensei que ia ser uma bimbalhice, mas não é. A mulher em palco é uma bomba, ao estilo furacão. Não pára, e o concerto dela é mesmo bonito, vale muito a pena!
    Espero que gostes 🙂 E te divirtas mto!! 😉 beijinhos!

  4. Em certa parte concordo. Mas há coisas às quais estamos habituados em PT que pensamos serem um privilégio e nao passam de luxos desnecessários como seja o andar de carro para todo o lado. E nao me venham com a treta dos transportes serem maus, bla bla bla…

  5. Parece-me uma visão um bocadinho fatalista…
    Eu cá vejo muitas vantagens em viver noutra cidade, noutro país. Abre horizontes, faz-nos crescer, podemos experienciar culturas diferentes, aprendemos a desenvencilhar-nos, damos mais atenção ao que nos rodeia… é uma etapa que aconselho a muito boa gente. Pela 3º vez na vida (em apenas 25 anos de vida) experienciei isto e sinto que em todas elas cresci imenso. Aos 17 anos, quando rumei para a capital, aos 21, quando fiz Erasmus, e agora aos 25, num continente diferente! 🙂
    Se passei por várias das situações descritas no texto? Sim, passei. Mas eu vejo sempre o lado B de todas essas coisas… e talvez por isso as sinta como 'construtivas'…

    PS – A despropósito: também adorava ter ido ver Shakira, ela é fabulosa em palco.. via-a no RiR mas, como acontece muito nos festivais, não é a mesma coisa! 🙁

  6. Jibas, eu ando de carro SEMPRE! ;))

    Dulce, sem dúvida ou eu não viveria fora, não fosse eu uma optimista nata! 😉 A questão é que há mta gente q nunca emigrou e que acha que emigrar é só glamour, e não é. Há alturas em que estar fora é duro, ter-mos a família tão longe e sentirmo-nos sós. Eu qdo fiz erasmus senti-me mtas vezes só, e na Holanda praticamente nunca. Até pq tenho a Petzi, e casa é onde ela estiver e caneco, a minha boneca faz-me mesmo mtaaa companhia! Mas enfim, eu acho que és uma valente na Africa do Sul! 😉 beijinhos!

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