São 15:42 em Portugal Continental

São 16:42 na Holanda. E eu já fechei o tasco laboral, não sem antes ter sido elogiada pelas minhas chefias pelo excelente desempenho profissional. Estou mesmo muito muito satisfeita.
Radiante é a palavra.
Isto de trabalhar remotamente pela primeira vez na vida, tem muito que se lhe diga.
Eu já trabalhava a partir de casa imenso tempo na Holanda, mas estava a 5 minutos de carro do escritório, qualquer coisa, estava à distância de uma chamada e um pulo.
Aqui estou sozinha, não sem rede, mas muito mais isolada, e se “o bicho pega”, preciso de lançar mão de outros skills que não impliquem um face to face continuado. Tenho de melhorar obrigatoriamente os meus “communication skills” como dizia a minha antiga chefe Belga, e confesso que pra mim, nortenha, disparada, com a língua mais pronta que o cérebro, que tenho sempre o coração na boca, nem sempre é fácil.
Mas aparentemente, estou no bom caminho. E que mo digam, é uma benção e dá-me uma paz de espírito incrível.
Comecei às 7 e meia Portuguesas, mas despachei o trabalho todo, e ainda almocei pelo caminho, meia hora, à Holandesa, em frente ao computador, mas não comi sandes 😉
E agora vem cá uma amiga lanchar, e ao fim do dia aparece a João pra jantar e darmos um pulinho ao Teatro, vamos ver o Tribos com o António Fagundes, can’t wait!

“A história de “Tribos” centra-se em Billy (Bruno Fagundes), que nasceu surdo no seio de uma família sem deficiências auditivas. Foi criado dentro de um casulo e soube adaptar-se ao comportamento pouco convencional da sua família. Mas quando Billy conhece Sylvia (Arieta Correia), uma jovem mulher prestes a ficar surda, contacta com uma nova realidade. Este será o ponto de viragem que o colocará, assim como ao público, perante a dúvida do que realmente significa o sentimento de pertença.O espetáculo é uma premiada comédia da autoria da inglesa Nina Raine, que “promete criar uma inusitada relação com a plateia – entreter, provocar e ao mesmo tempo entregar um extraordinário momento ao público”, pode ler-se na sinopse. A peça estreou em Londres, em 2010, com um elenco anglo-saxónico e, em 2012, venceu o New York Drama Critics Circle para melhor peça estrangeira.Com encenação de Ulysses Cruz, “Tribos” vai estar em cena em Lisboa de 10 a 28 de setembro, de quarta a sábado às 21h30 e aos domingos às 17h. Nos dias 3 e 4 de outubro apresenta-se no Coliseu do Porto, à 21h30. Os bilhetes já estão à venda nos locais habituais e custam entre 12,50 e 27,50 euros.”

E este fim de semana quero dar um pulo ao Mercado da Ribeira pra fazer umas compras na praça, passar na Ribeira das Naus a pé, e ainda se calhar ir até ao bairro das Estacas ver mais um espectáculo do Teatro Maria Matos ver o Bailem!

Não sei se consigo fazer isto tudo, até porque se prevê que chova a rodos, mas opções não faltam, e foi por ter estas opções que regressei, por isso há que sugar tudinho até ao tutano!
Agora vou ali passear os bonecos e começar o meu fim de semana a sério.
Gotta love my life…. I sure know I do!

Hoje foi tudo pra Vogue Fashion night out

E eu esqueci-me que era hoje e não combinei uma saída de gajas como se impunha. Fiquei a dar uma de mãe e personal coacher. Sem dúvida muito mais importante que gastar dinheiro em trapos, mas podia ter feito as duas coisas se não estivesse estado distraída…tótó.

Pelo menos consegui organizar os meus papéis todos, não sem a ajuda preciosa dos meus estarolas, a quem agradeco unicamente não me terem comido nenhum papel.
E depois das tropelias, ficaram a dormir, de forma tão repimpada e confortável, quais pessoas de bracinho encolhido a apoiar o focinho, que não resisti a tirar-lhes umas fotos à maneira.
E assim preencho o meu coracao todos os dias e evito preencher o armário 🙂

Graça do Vinho – os meus spots recomendados em Lisboa

Amo ser turista em Lisboa, descobrir novos sítios e apaixonar-me por eles.

Ontem, enquanto mostrava a Graça a duas amigas Italianas, encontrei um spot giro à brava, chama-se A Graça do Vinho e fica na Calçada da Graça. 
Vendem queijos e vinho, e ginginha, e azulejos pintados à mão com poemas do Fernando Pessoa.
Era uma loja normal de bairro que foi completamente restaurada para parecer um sítio antigo, destes que tínhamos a sorte de encontrar a cada esquina e que hoje escasseiam. Gostei muito e recomendo vivamente.
Ah Lisboa, como te quiero!

Depois descemos e passamos numa das minhas esplanadas favoritas, o Café Portas do Sol, em Cerca Moura (ou Largo Portas do Sol):

Só não se deslumbra com Lisboa quem não a conhece.

Depois de jantarmos no Teatro Taborda, fomos até à esplanada da Graça tomar café e deixei as Italianas KO.
Apercebo-me de tal quando a Barbara me pergunta: achas que posso trabalhar como advogada em Portugal?

A Angélica e a Barbara são duas amigas Italianas que me vieram visitar esta semana e que recebi com todo o carinho.
Há 15 anos que não via a Angélica, desde que fizemos Erasmus juntas.
A solidez de uma amizade de Erasmus…não há quem a bata! É como se tivesse sido ontem!

Obrigada pela visita miúdas, é um prazer ter-vos por cá!

Estou há dois dias em Amesterdão…

…e estou cheia de saudades das minhas bolas de pêlo.

Obrigada à fotógrafa que me ofereceu esta foto da minha princesa Petzi.

E ontem quase venho pro escritório a nado, o edifício do escritório inundou no rés-do-chão e houve gente a fazer da rua uma piscina e a boiar em colchões de ar.

À tarde o sol brilhou como se não se tivesse derramado todo em lágrimas durante 12 horas seguidas. E eu aproveitei pra perder o autocarro e suar que nem uma parva dentro das roupas quentes escolhidas durante o dilúvio da manhã. Apanhei o seguinte, só foi uma hora de espera, não há stress.

E é isto. Ando a contar os dias pra voltar a Lisboa para as 500 mil cenas que tenho pra fazer debaixo do sol, como o Out Jazz, conhecer os novos spots no Intendente e o Mercado da Ribeira, fazer parte dum grupo de leitura (finalmente!), correr pra meia maratona do Banif com a Fernandes, levar os meus cães pra um curso de obediência pra ver se faço deles estrelas da TV, ou então vá, que aprendam a ir buscar-me um café logo de manhã, coisas assim, coisas que me apetecem fazer, na minha língua, no meu País, com as minhas pessoas.

Acho que a frase é: Holanda, perdoa-me, enjoei de ti. Estou, sou, sempre fui, apaixonada por Lisboa.

E antes que me esqueça, apenas um apontamento, como diz a outra

Optimus Alive:

– Três dias de festival é muito, pro ano vou só um dia e vou ter de escolher muito bem antes de ir. Fiquei toda podre logo no primeiro dia, e se no segundo me arrastei, no terceiro estava a ver que saía de lá de maca.

– Cerveja Heineken é uma merda, sabe a mijo, não presta, não é nacional, e estou farta dela até aos olhos. Pra mais a única alternativa era Sagres Radler, preta (quase inexistente), ou sem alcool. Nem uma porcaria duma torneirinha da Sagres, pá! E o vinho era Casal Garcia…. esqueçam, esqueçam, andei completamente sóbria três dias que me fez muito bem.

– Porque acham que as garrafas de água com tampa podem ser projécteis, só vendem garrafas de água pequenas de 25 cl e SEM tampa! Passei-me. Quem é que manda um penalti de 25 cl de água? E se eu quiser aplaudir um concerto, como é que eu faço?! Com uma mão na garrafa aberta e outra a bater na cachola? Palhaços.

– O palco dois dá dez a zero ao palco um. Mas quem é que se lembra de por a porcaria da tenda dos martelos mesmo ao lado? Havia concertos que se ouvia o tungs tungs tungs ao lado. Não se faz senhores da organização, não se faz. Tststststs.

– A quantidade de crianças com menos de 18 anos deu-me cabo do sistema nervoso. Não só me senti velha, como tive espasmos de dor quando vi miúdas de 13 anos maquilhadas, a fumar, e em histeria. Também os vi muito comportadinhos, todas de mochila às costas, com cartazes cheios de I love yous, e muitos telemóveis, e muito nariz empinado, e muito… iguais? Sim, todos muito iguais a fazerem um esforço imenso por serem diferentes.
Mas não é isso ser-se adolescente?

– As miúdas de hoje em dia têm pernas até ao cú, estas crianças de hoje são altas pra cacete e têm pernas que nunca mais acabam! E lindas, todas muito bonitas. Que inveja meu!
E os miúdos de 20 anos de barba, pareciam ter quase 30, foi difícil… foi difícil… não me sair um “este gajo é podre” quando os vi, era preciso quase uma lupa pra garantir que não me estava a envergonhar.

– O palco comédia é muito fixe, vi o Salvador Martinha e o António Pedro Borges e gostei. Acima de tudo eu gosto quando eles ficam sem texto e começam apenas a dizer o que pensam, sem terem as piadas feitas. Eu sei que não é possível estar sempre a improvisar, mas é de longe o melhor momento de qualquer um deles. Também gostei muito do ambiente do palco comédia, era bem giro e relaxado.

– Os melhores concertos e músicos: Parov Stelar, Elbow, Sam Smith (muito bom mesmo) Imagine Dragons, Foster the People, Temples, Daughters (excelentes), Au revoir Simone e a surpresa do último dia, Chet Falker num fabuloso one man show, o homem toca, canta, põe música, dança, fala com o público, é duma simpatia a toda a prova, foi cinco estrelas.

E pronto, este fim de semana é o Super Bock Super Rock mas eu estou “atestada” pro verão e agora quero é Out Jazz Festival nos jardins de Lisboa.
Até pro ano Optimus, foi giro. Vê lá se pro ano em vez de seres NOS Alive, passas a Sagres Alive, ia curtir muito mais milhões! (isto já não se diz, certo crianças? Tão ultrapassada que está a tia Sofia, tstststs)

O melhor café que já tomei nos últimos anos

Na Pastelaria Santa Cruz, na Avenida de Roma, no número 20.
A loja em si é minúscula, mas os bolos são todos feitos em casa nitidamente e tem umas bolas de carne em formato de muffins que são de comer e chorar por mais!

E têm um café com aroma de canela que é absolutamente soberbo.
O café é Açoreano, torrado num forno de lenha, e já inclui o aroma de canela. De repente toda eu me senti reconfortada, desperta, de bem com a vida (não que eu costume estar de mal com ela, mas é só pra enfatizar a coisa), coração quentinho, e tudo isto com UM café expresso.
Têm aqui cliente pra vida!
Ou isso ou vocês dizem-me onde é que posso encontrar o café Heredia com sabor a canela à venda no continente….eu não quero mais café nenhum, só aquele!

Está certo ou está errado?

Ora a cena é a seguinte:

Está um carro a buzinar há uns bons 15 minutos seguidos. O carro está estacionado atravessado, encostado a uma árvore, todo torto, nitidamente enfiado à Lisboeta no espacinho onde coube. Dentro do carro está um senhor a quem caiu o cabelo num processo de quimioterapia, com uma máscara, a buzinar como se não houvesse amanhã porque tem o carro entalado e não consegue sair do lugar onde o parou. Não porque o tenham entalado à má fila, os outros carros estão bem estacionados. O dele é que foi arrumado à campeão.
Ao telefone, está uma senhora que ligou para a polícia para virem remover os outros carros, again, bem estacionados, porque tem um paciente oncológico dentro do carro que não consegue retirar do lugar onde estacionou como pode.
A pergunta é simples e a resposta complexa: têm estes senhores o direito de chamar a polícia para rebocarem carros correctamente estacionados por um deles ter uma doença grave?

As pessoas em Lisboa podiam fazer isto às casas delas

Assim eu não ficava deprimida quando andasse à procura duma casa pra Junho e não tinha que sacar de mil connections e amigos pra arranjar um sítio decente e em que não me arranquem o couro e o cabelo de renda.
Olhem só este extreme make over, que nem foi extraordinariamente caro, acho eu. Há quem gaste bem mais do que isto em bidés, essa peça indispensável….