Friday Link Pack – week 16 – DUPLO!!!

Pensavam que eu me tinha esquecido? Nananananana

Eu tenho postado bastante no facebook, tanto que quase me esqueço do bom que é chegar ao blog e debitar pensamentos e coisas que encontro. Mas é tão imediato postar seja no FB, seja no Instragram….além disso é muito bom para não expôr as emoções.

Já quando escrevo, nota-se tudo, com toda a força. Na semana passada tive medo no aeroporto de Amesterdão. Eu já tinha medo daquele aeroporto porque o comboio pára mesmo por baixo da praça principal, mas agora, depois das imagens de Bruxelas, esqueçam… Eu, que não tenho medo nenhum de andar de avião, que entro nele como se fosse na carreira e que em vez do pica do 7 tenho a hospedeira que já me conhece e me cumprimenta com um “Olá, mais uma voltinha, não é?”, que sempre andei porreira da vida a viajar para Países pouco recomendáveis, cá estou: com medo.

Enfim, há-de passar, mas de momento, e depois de terem evacuado o aeroporto de Amesterdão na quarta-feira, dou-me ao direito de o sentir, porque tenho esse direito.

Mas a semana correu lindamente, até nem choveu muito, e fui ver Fat Freddy’s Drop ao Paradiso com amigos, fui jantar ao Seafoodbar na Spuistraat com os meus chefes e chorei, literalmente, a rir (enquanto comia soberbamente)!

Aliás, eu passei a semana toda à gargalhada com as minhas chefes, que bem dispostas que elas estavam, foi, JURO, mesmo divertido lá estar. Mas não pensem que volto! Daqui não saio, daqui ninguém me tira! 😀

Bem malta gira, links! Tenho imensos esta semana, por isso é que é duplo!

E tá bom, não está? 😉

Este fim-de-semana vou conhecer o meu “sobrinho” Ben, can’t wait!!! E vou a uma exposição da National Geographic, e no Domingo ainda decido, mas um cineminha era bem!

No fim-de-semana passado fiz uma coisa que não fazia há imenso tempo: rebolar na relva!! E conheci o filho lindo da minha amiga Rita, e fartei-me de o arreliar e de o fazer feliz ao visitar a Torre de Belém e o Oceanário 🙂 Diga-se de passagem que o miúdo fica feliz com tudo e foi muito fácil 😀 Mas foi mesmo muito divertido, e é espectacular, mas mesmo muito espectacular, poder ver estes meus “sobrinhos” a crescer.

Bom fim-de-semana meu povo!!!

Friday Link Pack – week 13 – Este saiu numa terça, ops!

Bom dia Malta!

Essa Páscoa foi boa e fofinha? Brincaram muito aos ovinhos escondidos com os miúdos? Comeram até rebentar? Receberam a Cruz em casa? Fizeram jejum na Sexta-Feira Santa? Viram Procissões?

Eu fiz isto tudo menos os ovinhos, mas passei a Páscoa com a minha afilhada que é uma bomboquinha linda e arrebitada, e fui até Braga onde fui a uma procissão, porque na sexta chovia e estava ainda mais frio que na quinta, e eu deixei-me de vivências porque já tinha apanhado frio p’ro campeonato no dia anterior!

As fotos estão no instagram da Andorinha (achei a password, uuuhuu!), e os links que tinha pra sexta passada em que fiz “nestum” ficaram aqui guardadinhos para distribuir quando voltasse à vida, ou seja, hoje!

  • Comecemos por esta ideia brilhante que é a de distribuir marmitas de comida saudável porta-a-porta. Os links da FitFoodPortugal estão no artigo. Experimentem e se gostarem digam-me para eu decidir as minhas encomendas 😉
  • Este artigo sobre a entrada e pertença de um rapaz à Sharia4Belgium do New Yorker é muito elucidativo de como e porque é que esta malta se alista no ISIS e se torna num bombista suicida sem convicções. Suporta a minha convicção de que o problema mais grave é o de falta de meios para acompanhar os jovens mais desprotegidos ou cujos Pais não conseguem controlar. Para mim o que se passa na Bélgica (e em França e na Holanda) não é um problema de integração social, não é uma questão de emigração, mas sim um problema mais extenso de incapacidade de suporte na educação dos jovens de hoje. São filhos de emigrantes, mas podem ser filhos de qualquer um. Há alturas em que penso que o reforço positivo devia ser uma carga de porrada pelo lombo abaixo à moda antiga. E caso já seja tarde para isso, uma maior vigilância e controlo via trabalhos civis que não lhes deixasse vontades de voltar a vagabundear. O trabalho dignifica! Eu tenho uma opinião muito própria sobre a burocracia e incompetência Belga, mas isso fica pra outro texto. Leiam que vale imenso a pena.
  • Não há como os Holandeses para inventarem coisas que em lado algum conseguiriam ser implementadas. Estas casas de banho “portáteis” já estão espalhadas pela cidade.

Esta semana fico-me por aqui, até porque tenho partilhado bastante no facebook e por isso tenho menos links para vocês, mas é só desta vez!

Espero que passem uma semana simpática! Pessoalmente a minha vai ser curtíssima, só tem 4 dias que vou gozar ao sol de Lisboa, mesmo quando estiver a chover!

O que é o narcisismo, e o que é que isso me interessa?

Tenho uma amiga que teve um namorado que dizia que era um narcisista e que por isso é que ela tinha esta espécie de doença em que fugia dele e ao mesmo tempo era atraída por ele.

Eu nunca percebi porque é que ela não o mandava pura e simplesmente às favas, mas principalmente, não sabia o que é que queria dizer que o gajo era narcisista.

Eu sei a definição geral: uma pessoa que gosta muito de si mesma e que se acha o centro do mundo. O que eu não entendia era de que modo é que isso se transformava numa doença pra ela.

Para mim o que ela tinha de fazer era simples: afastar-se de vez. E levou muito tempo a conseguir, mas depois de umas sessões de terapia, ela diz que está safa. Eu cá sou como Tomé, ver pra crer.

E juro que não sou eu a dizer que é uma amiga, eu efectivamente não poderia ser já que tenho uma certa aversão a este tipo de pessoas.

Mas explicando então o que me traz a este tema, na semana passada uma amiga minha partilhou esta Ted Talk no FB dela que explica o que é o Narcisismo e Narcisist Personality Disorder.

E eu aprendi que existem dois tipos de narcisismo:

  1. O “grandiose narcisism” (extroversão, dominância e chamadas de atenção)  cujos exemplos serão por exemplo o Donald Trump, e celebridades do mundo do espectáculo, ou aqueles que entram nos Big Brothers e nas Casas dos Segredos porque querem ficar famosos. Esta malta quer ter poder, porque o poder lhes dá status e a atenção de que se alimentam.
  2. O “vulnerable narcisism” (calados e reservados) é mais difícil de identificar, mas procurem recordar-se daquelas pessoas que ficam raivosas e possuídas sempre que não ficam em primeiro lugar nalguma coisa, e que começam logo a destruir as pessoas que competiram com elas com o máximo de agressividade. Um exemplo ainda melhor, é o caso dos políticos ou líderes mundiais que estão dispostos a começar uma guerra e mandar milhares de pessoas em direcção à morte só porque “alguém” gozou com ele, e novamente um bom exemplo: o Trump, que está disposto a mandar jovens morrer numa guerra cujo objectivo é trazer orgulho nacional aos EUA e calar aqueles que acham que eles são todos estúpidos.

O vídeo dura 5 minutos e pouco, vejam que vale imenso a pena.

Por coincidência, ou não, o The Cracked Podcast, na conversa da semana passada, decidiram abordar o mesmo tema: Why Donald Trump’s Rise Proves Americans Are Narcissists.

Eu fiz o download e vim a ouvir na viagem de carro pra Lisboa no Domingo. Foi uma hora e meia de : “wow”, “realmente!”, “nunca tinha pensado nisto”, “faz tanto sentido”.

Eu não vos consigo resumir esta hora e meia, porque abordou tantas, mas tantas questões, que eu preenchia 4 páginas a falar disto, há aqui material pra 20 posts e muita food for thoughts.

Uma das coisas que aprendi foi que o Facebook é o melhor revelador de narcisistas, porque é uma ferramenta pra eles: as selfies, a quantidade de likes que é contabilizada de x em x minutos, a exposição, a fama, a validação que conseguem a partir do mesmo.

Que o facto de as pessoas hoje em dia terem poucos amigos reais e muitos virtuais, tem tudo a ver com a relação estabelecida nas redes sociais que cultiva o narcisismo, e não promove as relações emocionais. Uma das características dos narcisistas é que estão completamente a borrifar pras emoções das demais pessoas que os rodeiam, só querem mesmo que os aplaudam. E são capazes de escolher um determinado tipo de companheira (o) que os faz “brilhar” quando vão a algum lado, porque suscitam a inveja e a cobiça dos outros, porque lhe dão status e faz com que eles “sejam” ainda mais importantes e ainda mais bem-vistos. Todas as emoções são uni direccionais. Eles fazem tudo para serem amados, mas não amam.

Ora se seja uma relação de amizade ou de intimidade, pensem lá comigo, se os “amigos” só servem pra lhes dar importância e status, e se são incapazes de retribuir qualquer tipo de sentimento, como é que é possível ter-se uma verdadeira relação forte e emocional? Não pode, certo?

E uma forma como vejo isso traduzido, é na força e na união entre os grupos que fiz antes das redes sociais, e os actuais pós-rede. E ainda no outro dia falei sobre isso aqui quando expliquei que no Irão não tive acesso às redes sociais e que por isso me liguei fortemente às pessoas do grupo que estava comigo, com quem tenho uma relação de amizade verdadeira que há muito não encontrava.

A coesão entre o ser humano e as relações pessoais não podem estar relacionadas com o narcisismo, senão morrem.

E finalmente compreendi como é que o outro tipo tinha a minha amiga em yo-yo: ele corria atrás dela sempre que precisava de atenção, ela por sua vez idolatrava-o que era o que ele queria, e sempre que ela não fazia uma vontade dele, o gajo era agressivo e rejeitava-a porque já tinha a dose de atenção de que precisava. Uma espécie de vampiro de emoções.

Enfim, eu avisei que isto dava 4 páginas, é mesmo um tema muito interessante e muito esclarecedor, explica muito sobre a realidade actual e porque é que temos os políticos que temos e porque é que temos os políticos que merecemos.

Explica porque é que temos a trash TV que temos, e temos a TV que merecemos.

E por último explica que o narcissistic disorder  é passível de ser curada, mas não é impossível. Se decidirmos melhorar todos um bocadinho, o mundo será também ele melhor.

Friday Link Pack – week 7 – Um fim-de-semana fresquinho

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Eu juro pela minha saúde que esta semana estive para calçar umas luvas. O frio de Lisboa sempre me pareceu ridículo depois de ter levado com -14 pela tromba na Holanda, e no ano passado mal vesti um sobretudo.

Mas este Domingo que passou dei comigo de cachecol e kispo, e nem queria acreditar! Estou novamente e completamente aclimatizada a Lisboa!  Mas não me dei por vencida e concluí: sim Sofia, mas pelo menos já não pareces um boneco Michelin, pelo menos consegues ter menos duas camadas de roupa! Oh yeah! Nem tudo está perdido! 😀

  • Já saíram os vencedores do World Press Photo. Preparem-se pro murro no estômago mais válido do ano.
  • A conclusão a que cheguei: não há nada mais rijo que as pontes Romanas, e Bracara Augusta continua a usar as pontes que são mais velhas que a Sé de Braga!
  • Este texto sobre homens que dão erros ortográficos e perdem o charme na hora, é hilariante!
  • Dizer que me identifico com este artigo, é pouco. Somos efectivamente a geração de mulheres que foi criada para ser tudo o que um homem não quer. O que eu pensei quando li isto, foi no abismo entre nós filhas, e aquelas que são “noras” como dizem no texto, e como esse abismo se nota em conversas que tenho com várias amigas. Vale mesmo a pena lerem.
  • As expressões nortenhas não são as do Porto. São as do Porto, e as do Minho e as de Trás-os-Montes, e são todas diferentes. E há coisas que eu digo que mais ninguém entende…a não ser que sejam Minhotos. Agora quero ver quantas acertam!

Não sei o que vão fazer este fim-de-semana, mas eu vou jantar fora na sexta, e no sábado de manhã vou visitar o Palácio de Queluz porque nunca lá entrei! Depois tenho aulas de Holandês, e tenho ideia de ter qualquer coisa marcada pra sábado à noite, mas juro que não me lembro o que é… aiaiaiai, quem é que eu vou deixar plantado, oh valha-me Deus!

Domingo planeei um jantar diferente: vou juntar 6 pessoas que não se conhecem entre si, inclusivamente há uma moça que eu não conheço e vamos experimentar um restaurante ao pé de minha casa que acabou de abrir, só porque sim, só porque queremos conhecer pessoas novas e que temos a certeza que serão espectaculares! Portanto o meu fim-de-semana acaba com uma reunião de alegres desconhecidas com planos pra ser amigas. Não é uma ideia fantástica? Eu depois digo como é que correu!

Vou jogar no Euromilhões porque pelos vistos acerto – Mustang estreia hoje, a não perder num cinema perto de si!

Escrevi a 14 de Outubro de 2015 que este filme ia estrear em Portugal porque a qualidade era tanta que era imperdível.

E cá está ele, estreia hoje dia 18 de Fevereiro de 2016, num cinema perto de si.

Não percam, eu prometo que este filme vos vai emocionar e deliciar.

O Observador fez esta resenha onde podem saber mais sobre a realizadora, sobre as 5 magníficas actrizes e sobre o filme.

Depois não digam que não dou boas recomendações! E se gostarem e forem ver, venham cá agradecer-me, sim? 😉

Agora só me falta ir ali jogar no Euromilhões porque previsão de Andorinha não falha!

Escolhe um trabalho de que gostes, e não terás que trabalhar nem um dia na tua vida

Irao 2014

 

“Escolhe um trabalho de que gostes, e não terás que trabalhar nem um dia na tua vida.”

Confúcio

Na semana passada, no blog do Filipe Morato Gomes, li este texto sobre ser Blogger de Viagens,  que me chamou a atenção porque me fez refletir e é essa reflexão que quero partilhar aqui hoje em dois pontos:

  1. As viagens não me identificam como pessoa. A Sofia que sou deve-se, isso sim, ao quanto eu cresço e me descubro em viagem.

Por vezes penso o quão bom seria que todos – eu, principalmente! – voltássemos a viajar sem máquina fotográfica, sem computador portátil nem smartphones, e sem a obrigação de relatar as experiências quase em direto.

Viajar pelo prazer de viajar. De vivenciar experiências novas. Ir, apenas ir. Com os sentidos despertos e um Moleskine em branco. Inspirado, quem sabe, pelas pisadas de Paul Theroux África abaixo. Ou outros. Mas ir, simplesmente. Guardar tudo na memória, no coração, no papel. Quem sabe desenhar em vez de fotografar. E talvez escrever um livro, muito depois de regressar. Ou não fazer nada além de guardar  as memórias para todo o sempre.

Nunca foi tão fácil viajar, acima de tudo nunca foi tão barato. Ir a São Francisco como eu vou em Abril por 400 euros, 80 contos na moeda antiga, era absolutamente impensável quando eu era miúda. Quando tinha 13 anos fui ao Canadá com os meus Pais e o meu irmão, e cada bilhete custou quase 100 contos, o que na altura era uma verdadeira fortuna.

Hoje viajamos por tuta e meia, percorremos o mundo agarrados à internet e ao Trip Advisor, à Booking e ao Airbnb, ao Facebook e ao Instagram, conseguimos ir uma semana ao México por 800 euros durante uma semana com all inclusive. E queremos partilhar, queremos mostrar que pudemos, que conseguimos, que estivemos lá. Tão preocupados que estamos em mostrar o sítio excelente onde nos encontramos, que nos esquecemos de viver o momento enquanto procuramos rede para postar só aquela foto que os nossos amigos, parentes e conhecidos vão morrer de inveja só de ver. E não estamos lá. Não estamos a guardar memórias, a descobrir, a falar com pessoas, estamos pura e simplesmente a  por o “tick in the box” naquele sítio que fomos visitar. E pomos “o tick” como em tudo o que fazemos no dia a dia, completamos uma tarefa: visitar o Van Gogh. Subir ao topo do Matchu Pitchu. Ir à Torre Eifel. Tomar banho no Pacífico que há-de ser igual ao powerpoint que recebemos por email e claro, tirar uma foto que mostre que lá estivemos. E publicar um texto onde descrevemos minuciosamente o nosso trajecto.

Também postamos muito sobre as viagens que usamos para justificar a nossa estadia no estrangeiro quando emigramos. Para mim foi importante distanciar-me da emigração dos meus Tios, mostrar aos meus Pais e à minha família que não estava emigrada a comer o pão que o diabo amassou, que estava a aproveitar. E dei comigo a postar pratos de comida. Shame on me! Depois de ler o texto do Filipe, reparei que neste fim de semana não postei uma única foto, embora tenha tirado algumas.  Deixei de ter necessidade de me justificar.

A viagem onde mais aproveitei cada dia e cada momento, foi a viagem do Irão, e hoje reflectindo o porquê é claro: não havia rede em praticamente lado nenhum e o acesso ao facebook ou ao blogger estava barrado em 99% dos casos. A Vodafone também não funciona naquelas terras, logo não estive contactável durante 20 dias. Comprei um cartão local que pus no telemóvel que não era um smartphone, e liguei única e exclusivamente aos meus Pais de dois em dois dias para dizer que estava bem. Não li emails, nem notícias. Foi na altura do ataque ao Charlie Hebdo, e só mandei um email a perguntar o que é que se passava à quarta mensagem de pânico recebida a perguntarem se eu estava bem.

Esta viagem à Pérsia mudou-me a vida, fiz grandes e excelentes amigos. E acima de tudo apaixonei-me pelo Irão e pelas suas pessoas.

Na última viagem que fiz à América Central havia wifi em todo o lado, e culpada me assumo, não fiz o mesmo porque a minha cabeça não estava ali, e por isso aproveitei pouco, e embora me tenha divertido bastante, o impacto não chegou nem aos calcanhares do Irão.

Na próxima viagem não vou ter internet, nem rede, sabe Deus electricidade na maioria dos sítios, e como tal tenho a certeza absoluta que vou curtir alarvemente. E como disse um amigo meu, vai ser uma viagem que vai ser “life changing”, e mal posso esperar para aterrar em Madagáscar e cumprir o meu propósito: aproveitar mais e relatar o mínimo. Mas hei-de o fazer antes disso. Viver no presente mais do que no futuro ou no passado é o meu repto para 2016.

Por último, quando pensei em por o meu blog a render dinheiro, a primeira coisa que me perguntaram foi: vais fazer um blog de viagens? Ao que eu respondi imediatamente que nem pensar. Não são as viagens que me definem como Andorinha. As viagens moldam-me e são uma parte da minha maneira de ser, mas não são quem eu sou.

                2. Escolhe um trabalho de que gostes, e não terás que trabalhar nem um dia na tua vida

Esta frase banalizou-se, e hoje em dia as pessoas convertem os hobbies em trabalho. Pouca gente se apercebe que a partir do momento em que se dedicam a 100% ao hobby, este deixa de dar o prazer que lhes dava porque tem que ser vivido de outro modo para poder render dinheiro, e acima de tudo porque se transforma em múltiplas responsabilidades que não existiam anteriormente.

Uma coisa é fazermos um trabalho que abominamos e para o qual não temos vocação nenhuma. Por favor, mudem de vida já!

A outra é, assim que nos desmotivamos porque algo corre mal (o chefe é uma besta: a empresa já viu melhores dias) e não porque deixamos de gostar do que fazemos, em vez de procurarmos outro emprego na mesma área, decidirmos que agora vamos viver do cultivo da horta porque adoramos o campo, da renovação de móveis porque somos bué da bons no DYI, do Yoga porque gostamos imenso das aulas de Yoga, da fotografia só porque os nossos amigos fazem like das nossas fotos no facebilhas, das viagens porque gostamos imenso de viajar….. and so on, and so on.

Eu não digo que não seja possível viver da horta, do DYI, do Yoga, da fotografia e do que mais, o que eu digo é que não é possível transformarem um hobby num trabalho ….. sem terem que assumir as responsabilidades acrescidas que vêem com qualquer emprego, qualquer trabalho, que mais não seja a periodicidade, o aumento dos leitores, o escrever algo que seja interessante e vendável, o levar fotos a concursos ou exposições, o desgaste puro e duro de qualquer trabalho, seja ele qual for. 

O Filipe já era amigo do meu irmão, hoje é meu amigo também e eu adoptei a família dele de quem gosto muito. E por isso é que lhe disse com franqueza este fim-de-semana, e digo agora por escrito aquilo que sinto e penso há muito tempo não sobre o Filipe em particular, mas sobre todos aqueles que escolheram o seu hobby favorito como profissão:

É natural que se sintam “mecanizados”, “automatizados”, que procurem formas diferente de se relacionarem com as viagens, com a fotografia, com o desporto, …. porque hoje em dia aquilo que  era um expoente máximo de prazer semanal, mensal, anual ou bi-anual, é o vosso ganha-pão.

E é natural que, tal como em todos os trabalhos, já não sintam no dia a dia esse “kick” de prazer, porque mesmo tendo escolhido um trabalho de que gostam, este tornou-se rotineiro, cansativo, adaptou-se às necessidades do mercado que têm de preencher para poder receber a remuneração que vos permite viver deste prazer.

E assim o prazer se esbate, e inevitavelmente se converte numa obrigação.

Eu interpreto a frase do Confúcio como a necessidade de se gostar do que se está a fazer, o que me parece lógico e saudável, não como a necessidade de se ver no nosso maior prazer a nossa válvula de escape para não termos de trabalhar.

Eu sei que muitos não vão concordar comigo, mas é assim que eu protejo os meus maiores prazeres na vida: cães e viagens. Os primeiros estão esterilizados! E as viagens nunca vão ser profissionalizadas!

É o que se chama um fim-de-semana non-stop…!

Isto, pra quem não tinha planos, foi sempre a abrir….

Sexta-feira fui jantar ao Zé dos Cornos, nunca lá tinha ido. Comi muitíssimo bem, e paguei 11 euros… viva Portugal, a sério! A comparar com uma saída na Holanda que não dói menos que 30 euros, está visto porque é que cá tenho 10 vezes mais vida social que nos Países Baixos.

Foi uma cavaqueira boa entre 4 amigos e deu pra matar saudades dos dias em que viajamos juntos, principalmente quando me levaram à Casa Independente onde, não sei porque motivo, ainda não tinha entrado. Gostei do ambiente, gostei da música, gostei do sumo de laranja com banana e gengibre, gostei da decoração simples e do pézinho de dança no final. Gostei de explorar com eles sítios que não conhecia, de passearmos pelas ruas e sem querer transportar-me às caminhadas nocturnas no Irão. Um gosto!

Sábado acordei tarde, e passei a manhã a “estudar” Holandês, e pus entre aspas, porque na verdade não me custou rigorosamente nada! É que decidimos (a Professora Ellen e moi même) ler um livro em conjunto, e a partir do livro extrair a aula. Não me custou nada, não me senti a estudar, e gabo-nos a ideia! Almocei, e fui à Roda dos Livros. Esta roda, não sei porquê, foi especialmente … fixe! É, fixe é a palavra. Fizemos foi muito barulho, talvez porque fossemos muitos, ou porque, e esta é a melhor razão, estivéssemos mais animados que o costume. Não sei, sei que foi mesmo fixe, e a pilha de livros era imensa e fomos bastante unânimes até! Ganharam “by far” a Tetralogia da Elena Ferrante (A Amiga Genial) e o Coro dos Defuntos do António Tavares. E trouxe de lá uma recomendação de um livro sobre a Colômbia que me vai cair que nem ginjas antes da minha viagem!

Bom, saída da roda, entrei na roda viva que foi o resto do sábado. Das seis às oito e meia tive aula de Holandês cá em casa, passou a voar, aprendi imenso e não me custou nadinha! E às nove estava a sair de boleia com amigos “retornados” como eu, e fui a um aniversário. Jantei no Mercantina, e comi bem, mas nada do outro mundo… mas pra quem tinha que servir uma mesa com 30 pessoas, foram eficientes, há que dizê-lo! Voltei pra casa pela uma da manhã, enquanto a malta foi dar um pé de dança e eu ansiava pela minha cama. Estava frio, a chover, desagradável… eu queria era lençóis e mantas!

Apesar disso, domingo “madruguei”, e às nove e meia já estava a tomar café na varanda. E finalmente percebi a frase da app do telemóvel: pancadas de chuva! É que fazia sol, e a seguir caíam trombas de água que duravam 5 minutos, uma coisa estranhíssima. Uma ventania que até os cães tremiam! Apareceu uma amiga, fomos apanhar as netas dela pra ir tomar o pequeno-almoço, passamos pela Livraria Barata pra comprar mais uns livros (à mais pequena com 11 anos, enfiei-lhe o Rosa Minha Irmã Rosa nas mãos e desafiei-a…! Espero que goste!), e depois de passear os meus artolas de 4 patas, fui almoçar a casa dos meus Primos. Conheci a pequena Eva, os Pais da miúda que eu nunca tinha conhecido, comi dois pratos de feijoada que atiraram comigo pro tapete (estava excelente!), trouxe mais livros que o primo recomendou, e cheia de família, carinho e comida, cheguei a casa pra não mais sair aí pelas quatro e meia.

Um friiiiiio! De repente a temperatura desceu, estavam oito graus e eu com reminiscências! Credo, que foi um estaladão que soou aos menos quatro Holandeses.

Foi ligar a lareira e começar a receber amigos! É que o networking é muito forte, e ainda não me meti no avião pra Madagascar, e já conheço duas companheiras de viagem, e vou conhecer mais duas! E com a vontade apurada pra chegar lá depressa, mesmo só sendo em Agosto, comprei o meu bilhete, e agora já não há volta atrás! E estou mesmo muito contente!

Não me lembrei nem por um segundo que era o dia dos namorados até que o meu amigo Sam me deixa uma mensagem a dizer: espero que neste dia dos namorados, o teu Bitoque te dê muitas lambidelas! <3

E assim foi, entre os mimos do meu Bitoque e da minha Juicy e da minha Petzi, os mimos da família e dos amigos, o fim de semana voou literalmente, e cá estamos nós, numa segunda-feira de sol e chuva novamente, bem abrigados (que está um frio que não se pode! ) e com o coração quentinho de tanto mimo.

Espero que o vosso também seja bem fixe, e continuem desse lado, que eu prometo postar mais só pra vos poder ouvir! Boa semana! 🙂

De 2015 a 2016 é um saltinho

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Os maiores acontecimentos e as pessoas mais importantes do meu 2015:

  1.  A minha Tia-Avó Berta, que infelizmente partiu no dia 30 de Dezembro, cansada, depois de 99 anos de vida, muitos deles bem complicados. Era uma senhora doce e sorridente, e extremamente determinada e bem disposta. Aos 86 dizia que queria comprar uma lambreta para poder ir à Vila, aos 93 ainda vivia sozinha num casarão antigo! Com ela podia ter aprendido (ainda) a dizer “Não”: ela só fazia o que ela queria, não era possível dar-lhe a volta! A Tia-Avó Berta só queria ter morrido na casa dela de Melgaço, mas com muita pena nossa, não foi possível. Desculpe Tia…hoje em dia nem a morrer nos deixam descansados.  Descanse em paz e acredite que gostamos muito de si, esteja lá onde estiver.
  2. O meu irmão emigrou, e casou. Foi a vez dele e experimentar o que é estar a muitas horas de avião de casa, de fazer rotas da saudade em 15 dias de cada vez que aterra, de ir a todas, à Mulher, aos Pais, aos Primos, ao Padrinho e aos Amigos, com todos a reclamar das breves horas que nos dedica, que nunca chegam a emigrante algum, quanto mais ao Mister Popular que é o meu irmão. Casou em Outubro, e permitiu-me “botar”a toilette que jamais usaria noutro casamento, fui princesa por um dia, dentro de um vestido comprido e uma estola com pêlo, como nos filmes. Acima de tudo, atendendo a que não faço questão nenhuma em gastar mais de 20 mil euros numa festa, permitiu-me ter uma festa com uma boa parte dos meus amigos e a minha família completa, sem gastar um tusto! 😀 Foi um dia que começou mal, mas acabou muito bem.
  3. Voltei a ter sardas pela primeira vez em 7 anos. O que quer dizer que o sol já brilha em mim há tempo suficiente pra eu voltar a ficar como um mapa, cheia de pontinhos castanhos e catitas. Estas sardas querem dizer que estou definitivamente em casa, e de Portugal não saio, de Portugal ninguém me tira!
  4. Excepto pra viajar! Aí estou sempre de perna alçada, sou a primeira da linha, e em 2015 comecei o ano no Irão e passei o verão na América Central. Estive quaaaase, quase pra acabar o ano no Perú e na Bolívia, mas tive uns constrangimentos laborais e tive que abrandar o ritmo. Mas em 2016 já há bilhete comprado pra San Francisco (Grand Canyon, here I go!!!) em Abril, e pra Colômbia em Novembro, e pelo caminho ainda conto dar um pulinho no verão até à China e ao Uzeberquistão! Como é que eu faço isto? Com promoções (a viagem a SF custou 400 euros numa promoção de UM dia da KLM) e amigos a sério em tudo o que é canto que permitem escalas em sítios improváveis e vôos mais baratos, e é claro, com a Nomad 🙂
  5. Os meus tesouros caninos, a minha família Forsight, que está comigo em toda a parte e que fazem do meu Pai um homem muito mais contente! É o verdadeiro “primeiro estranha-se e depois entranha-se”, se nos primeiros meses se fartou de reclamar dos piolhos, nos meses seguintes foi uma festa porque uma pessoa com 4 cães pela trela, todos iguais, e muito bem tratados, quais peluches, é uma atracção turística e infantil! Todo o santo Cristo vem falar connosco, toda a criancinha quer fazer festas, um passeio de 15 minutos passa a 45 com uma pinta do caneco, e não há bicho perdigueiro que não nos conheça na cidade de Braga. Mas como se não fosse suficiente, olhem só o que a minha Mãezinha lhes preparou pro Natal!

Nada mau este 2015, teve ali um baixo de Junho a Outubro, 4 meses a abrir a pestana, sem saber se tinha emprego ou não, tudo por pura incompetência duns chefes, mas acabou com um prémio de empregada do trimestre, merecido e recompensador. Aos incompetentes, desejo-lhes um pinheiro de Natal enfiado num sítio onde o sol não brilha.

Ao resto do pessoal todo ;))) desejo um 2016 com saúde, com trabalho, com alegrias e poucas tristezas, com amorzinho bom (como diz uma amiga minha) e com muitas viagens!!

Eu por cá estarei, esperemos que mais presente, com um bocadinho de trabalho a menos que me permita postar umas coisas engraçadas e acabar os diários de viagem! e boa disposição, as usual 😉

Podem seguir-me também no Facebook da Andorinha, é lá que tenho as minhas inspirações diárias e coisas que me saem (também) da alma!

Abreijos! BOM ANO!!

Estou super contente!

PARABÉNS ANA LUÍSA!!!!!

Hoje a Luna Doutorou-se, e como amiga dela, não me cabe um feijão no cú de tanto orgulho!!

Eu sei o que ela penou pra lá chegar e sei o quanto este canudo é merecido. Foram cinco anos de Holanda e mais dois de desespero, de altos e baixos, de andar pra frente e pra trás, e foi preciso muita tenacidade pra conseguir acabar este Doutoramento depois de tanta contrariedade.

E o Orgulho que tenho, é em ser tua amiga. Tu és rock and roll my friend, rock and roll!!!

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