Diário da viagem ao Vietname & Camboja – DAY 15 – Bye bye Vietname, hello Singapore!

22 de Novembro de 2014, Singapore

Ao fim de 15 dias e relatos, acho que vale a pena explicar o que achei não dos sítios, mas das pessoas do Vietname e do Cambodja.

Não compreendo o porquê, mas os Cambdjanos falam inglês muitoooo melhor que os Vietnamitas. Qualquer pessoa no Cambodja, com menos de 35 anos, fala inglês, desde a senhora que vende na loja na aldeia, até os miúdos que te passam a vida a cravar “one dollar” por 10 pulseiras de 10 cêntimos.
Ambos são extremamente simpáticos e sorriem imenso, sorrisos doces, não uso a palavra por motivos poéticos, os Vietnamitas são doces e tímidos e a sério, o cúmulo da simpatia e da disponibilidade. Os Cambodjanos também, mas regra geral também te estão sempre a vender alguma coisa. Tanto uns como os outros não são demasiadamente chatos, se lhes dizemos que não queremos o que estão a vender, vão-se embora. Alguns até imitam os turistas e dizem “maybe later” ou “tomorrow”. E lá vão à vida deles.

No entanto…but…there is always a but, right? Como em todos os países cuja riqueza de alguns depende exclusivamente do turismo, tudo é vocacionado e pensado para “aliviar” os estrangeiros de alguns dólares. Só uns de cada vez, tem que dar pra todos, é 5 dólares aqui, 10 dólares acolá, e quando se dá por ela, aliviariam-nos a carteira em 50 dólares por dia, e nem sequer chegamos aos souvenirs. E isso irrita-me profundamente e cria animosidade, e passo a achar que o sorriso é falso e que a bondade humana já não é o que era, e fico ainda mais irritada! Porque se há coisa em que eu acredito, é na bondade humana. 

E perco a paciência, e sou brusca sempre que vejo que me estão a tentar comer por lorpa (possivelmente a coisa que mais odeio no mundo), e borrifo-me pro sorriso e digo “NO!”. E não é preciso tanto, eles só estão a fazer aquilo que aprenderam desde pequenos: olhar pros turistas como caixas de ATM ambulantes.

Só pra verem o quão real isto é, no Cambodja, um país onde 85% da população vive na mais estricta miséria, as máquinas multibanco só dão dólares, não é possível levantar Riels. Os preços estão todos marcados em dólares, porque claro, a população normal não tem sequer conta no banco, e ganham 18 dólares por mês, por isso obviamente, pra quê um multibanco?
O que enerva é a inflação que isto provoca, tudo é mais caro pros locais, por exemplo, um maço de tabaco custa 0,75 dólares.
Ora se ganham 18 por mês, 0,75 é uma pipa de massa!
Esse mesmo maço custou-me 1,25 no dia anterior porque o cabrão do velho que lá estava foi oportunista. Ganhou logo mais 2 dólares que o preço marcado. Vêm? Falo disto e começo logo a insultar, porque me irrita mesmo até ao âmago.

Adiante, fora esse “minor detail”, todas as pessoas que conheci foram extremamente simpáticas, são como dizemos em Portugal, amorosos mesmo. Confesso que vim de lá com o coração cortado às postas, porque fico cheia de vontade de ajudar esta gente, e nestes países é claríssimo que tal não pode ser feito sem untar as mãos a muito boa gente. Ensinar cuidados mínimos de higiene e limpeza seria o suficiente para salvar muitas vidas, sempre e quando as monções ou os terramotos não as ceifam primeiro. E as crianças Cambodjanas são efectivamente lindíssimas, mais até que as vietnamitas. Enfim, tivesse eu vocação pra mãe e dava uma de Angelina Jolie (se bem que há muito boa criança em Portugal a precisar de um lar, e como!), mas its not my middle name, além do que o esquema pra adoptar miúdos no Cambodja é tão corrupto, que não ia conseguir sequer chegar à ficha de inscrição sem ter sido roubada antes 5 vezes. Isto era só pra terem uma ideia do quão lindas são as crianças no Cambodja 😉

No Vietname, a miséria também é muita, mas mesmo assim, vivem ligeiramente melhor que nos países vizinhos. Notem: li-gei-ramen-te!

Até porque há muito mais pra ver no Vietname que no Cambodja, e não foram vítimas do Khmer Rouge e o filho da puta do Pol Pot que deve estar a arder em brasas bem quentes no inferno. Uns ingleses que conhecemos tinham um guia que tinha sobrevivido aos campos do Khmer Rouge, que tinha estado refugiado em campos, e que se considerava a pessoa mais felizarda do mundo…vale a pena pensar nisto… 

Mas voltando aos Vietnamitas, são duma simpatia inexcedível, arrisco a dizer que são o povo mais simpático que já visitei até hoje. Os que conseguem chegar à universidade e que já são uns quantos, vão todos tirar inglês ou turismo….esses são normalmente os que encontramos nas recepções dos hotéis, especialmente dos melhores hotéis, e são muito bem formados pra literalmente servirem as pessoas para que nada lhes falte, e proporcionam a melhor atenção e serviço ao cliente que algum dia experienciei. O que foi mesmo pena, foi não conseguir conhecer ninguém que não estivesse ligado ao turismo, e o motivo é simples, fora em Ho Chi Minh que me pareceu que havia mais mistura, eles não se misturam muito com os turistas, mesmo quando estamos a comer com eles na beira do passeio, até porque falam muito mal o inglês e não se percebe nada do que dizem, o que torna as conversas muito básicas. Perguntaram-me várias vezes se era católica, por cause do fio que tenho no pescoço. Disse sempre que sim, e pra meu espanto, quase todos os que me perguntaram me responderam cheios de fervor: me too!!! Todos contentes que eles ficaram…eu não percebo como é que pode haver tanto católico aqui, ….!

Pra acabar e pra resumir, eis o que farei numa próxima viagem ao Vietname: voar pra Hanoi, tanto na ida como no regresso.
Contratar duas ou 3 viagens seguidas à Ethnic Travel, passar duas noites no La Siesta em Hanoi, voar até ao Essence Hoi An por duas noites (caso o forecast mostre que não chove) e mais 3 ou 4 noites no Essence de Phu Quoc, igualmente se não estiver a chover, se não é apanhar o avião mais rápida possivel dali pra fora, por exemplo pra Tailândia.

Belíssimos países, belíssima gente, óptima comida, recomendo vivamente a qualquer amigo, e sem dúvida que um dia voltarei.

Lucky Buda pra todos nós!!!

Pra rematar as férias, a Martinha fez-me uma grande surpresa e levou-me a almoçar ao 33 andar do Marina Bay Center como prenda de aniversário. É surreal poder matar saudades e por a conversa em dia enquanto se olha pra melhor vista da ilha de Singapura. Surreal porque somos ambas Portuguesas, ficamos amigas na Holanda, e estavamos a celebrar os meus anos em Singapura. Mais que surreal, um verdadeiro privilégio ter uma amiga que nos faz sentir tão especial. E que sem eu ter de explicar me presenteou com a tarde perfeita: vinho e tapas no topo do mundo, seguido de um passeio pelos jardins que me falharam no outro dia, e o resto da tarde abancadas no sofá a ver filmes, um cómico (The Heat) e outro tão enternecedor, tão bonito, com uma fotografia maravilhosa e um conjunto de actores de fazer chorar as pedras da calçada, dirigidos pelo Dustin Hoffman. Chamava -se Quartet.

Sopinha, taxi, aeroporto e taxi, e cá estou eu, agora de coração cheio e alma quentinha, pronta pra voltar pra casa. Este último dia foi: perfeito. A Marta não existe, esta garota nunca falha! Ca ganda final!!

Highlights

A Marta
O 33 andar do Marina Bay Center e a sua vista deslumbrante
Os filmes no sofá
A Maggie Smith no Quartet
Sem dúvida, o dia mais perfeito de todos.

PS:ainda no avião mandei abaixo “o gato entre os pombos” da Tia Agata

Diário da viagem ao Vietname & Camboja – DAY 14 – De Hoi An a Ho Chi Minh (Saigon)

21 de Novembro de 2014, Vietnam

Chove torrencialmente e durmo até tarde e desisto de ir até à cidade, fico a ler e já vou quase no fim do segundo livro da Tia Ágata. Às 3 da tarde apanhamos um taxi pro aeroporto e seguimos pra Ho Chi Minh, onde também há-de estar a chover. Que seca, nem deu pra praia, nem pra snorkeling, estou aborrecida. A viagem correu muito bem, mas devíamos ter comprado menos voos e termos tido mais flexibilidade nos destinos, podíamos ter subido pra Hanoi mais uns dias…oh well, é assim que se aprende. Foi como a primeira vez que fui a NY, agora já tenho outra noção e outro ritmo quando lá vou.

Recebi comentários muito negativos de Ho Chi Minh ao estilo: não vale nada, é feia, é caótica, não tem nada pra ver excepto os túneis, passa lá o mínimo de tempo possível. Por isso a minha expectativa é minúscula, e a única coisa que lá vou fazer é jantar. No sábado o meu avião arranca às 9:15, e depois tenho um dia de Marta e Rui, e avião às 23:55.

A verdade é que estou cheia de saudades dos meus estarolas 🙁 Eu sei que é pateta, eles estão mega bem acompanhados e tratados, mas eu tenho saudades de acordar ao lado do meu Bitoquimho, da minha Juicy e da minha outra senhora do meu coração: a minha Petzi.
Está quase!

Jantamos num Japonês muito bom, o Ichibna, que fica no district 1, que é onde se acumulam os estrangeiros e os expats, mais milhoes de vietnamitas. E não sei quantas miúdas locais com velhos rebarbados, a jantar ou a beber um copo. Vá lá que vi prostituição discreta e não declarada. Dizem que é muito parecido a Bangkok, como ainda lá não estive não sei dizer, mas se for igualmente irrespirável, acho que é cidade onde não duro mais que umas horas em trânsito.
Ho Chi Minh cheira mal, o ar é super pesado e poluído, a humidade é imensa, juro que não se consegue respirar, e só suspirei de alívio quando me meti no taxi no dia seguinte pra vir embora. Em suma: detestei, nunca mais cá ponho os pés a não ser que seja obrigada.

Vietname sim, Ho Chi Minh nunca mais.

Highlights
Mais um livro da Tia Àgata mandado abaixo -uma dose mortal
O restaurante Ichibna

Diário da viagem ao Vietname & Camboja – DAY 13 – Hoi An – Marble Mountains

20 de Novembro de 2014, Vietnam

O dia está cinzento, ameaça chover, mas mantemos o combinado e vamos ter com os Belgas ao Hotel deles e partimos numas motas que alugamos pras Marble Mountains.

Lá chegados, começamos a subida dos degraus em busca dos budas e da lady buda dos templos.
Eu só queria dormir, não estava nada com vontade de fazer sight seeing, está frio, nublado, só apetece encolher-nos na cama a xonar, mas estamos atrás do sol posto, não pagamos uma pipa de massa pra ficar a dormir, né Sofia?

No primeiro templo há um homenzinho que passa a vida atrás de nós a dizer “lucky buda”, “photo lucky buda”! Nós lá seguimos o elemento e encontramos uma imagem dum Buda espectacular. O melhor de todos os que vimos.
Sobe degraus, desce montanha, sobe montanha, desce degraus, budas por todos os lados, visitamos as covas todas, e por volta do meio-dia, damos a visita por acabada, descemos pra almoçar e sair em direcção a My Son, o outro santuário. Só que as nuvens não param de ficar mais negras, e a caminho encontramos um casal de holandeses que estavam ensopados até às cuecas, e que nos disseram que não parava de chover. Desistimos e voltamos pra trás. O meu companheiro de viagem tinha-se esquecido da mochila no restaurante das Marble Mountains e foi pra trás buscá-la, e eu abanquei no Mango Mango a beber chá de gengibre, lemon grass e mel.
Ao que chove, parece-me que hoje mando abaixo outro livro da Tia Ágata….logo vamos jantar novamente ao Miss Sao com os belgas, e espero deitar-me bem cedo, que eu estou estafadinha de tanta actividade!

Ah, vida dura…NOT!!!

Highlights

Lucky Buda nas Marble Mountains
O meu segundo livro nas férias já marchou! Os quatro grandes do Poirot


Diário da viagem ao Vietname & Camboja – DAY 12 – Hoi An – praia

19 de Novembro de 2014, Vietnam

Hoje combinamos com o Ronny e a Carine, e fomos procurar as praias de Hoi An.
De bicicleta, pelo caminho vimos uma turista que dava gritinhos de alegria em cima dum bufalo. Tudo serve pra sacar mais uns dólares ao turista. Nós que assistimos à cena, só nos conseguíamos rir a bandeiras despregadas.

Chegados à praia, o mar picado tinha comido a areia, tinhamos só um niquinho 🙁
Passei o dia esticada na espreguiçadeira, a ler um livro do Poirot. Agatha Christie em férias não falha, entretém e anula tempos mortos, sem nunca cansar o cérebro.

Almoçamos crab com tamarind, dormimos uma sesta, e acabamos no hotel dos nossos amigos onde fiz mais uma massagem fabulosa. Tudo o que queria fazer à noite era jantar uma sopa e dormir, mas viemos jantar à cidade, e escolhemos o Miss Sao.
ESPECTACULAR, a melhor comida até hoje no Vietname, e a mais barata. Comi woutons, que é uma espécie de dumplings cruzado com raviolis. Maaaaravilhoso! Gostamos tanto que decidimos lá jantar nos dias seguintes.

A seguir fomos a uma Wine house que fica dentro do museu das pedras preciosas. Já não suporto mais cerveja, sinto-me um barril com pernas! O espaço é lindíssimo, um bocado caro, mas vale a pena. Sentada no bar, caga-me um pássaro na perna, uma coisa pequenina, vá lá! Ainda bem que as vacas não têm asas! Dizem que dá muita sorte. Isso espero! Dava-me um jeitaço 😉

A seguir voltamos ao Q bar, onde pra meu espanto projectavam numa parede exterior, um clássico com o Clark Gable. Sentamo-nos e eis quando oiço “olha lá”! vindo de uma boca que não era a nossa. Uns 8 ou 10 tugas estavam de visita também.
Passado mais 15 minutos aparecem mais 3 miúdos de Castelo Branco, também eles de mochila às costas como eu. Os outros eram Coimbrinhas, que tinham vindo de passeio à Ásia. Not my kind of people, já levei que chegasses com eles quando estudava em Coimbra. Fiquei na conversa com os putos, e eram meia noite meia quando decidi voltar pra casa. Como nao tinha vindo de bicicleta, fui numa mota com um homem que tossia e cospia desalmadamente, foi o meu pseudo taxista, mas à meia-noite e meia já não havia outra solução….quando me vi na cama até achei que era mentira!

Highlights

Banhos de sol
A Miss Sao

Diário da viagem ao Vietname & Camboja – DAY 11 – Hoi An

18 de Novembro de 2014, Vietnam

Nove e um quarto é muito cedo pra uma partida de avião. E tenho o intestino avariado, acho que lhe dei mais do que devia no chá de gengibre…a ver se perco os dois kilos que ganhei nestes dias 😉

Dizem que está a chover em Hoi An, eu espero que a previsão meterológica esteja equivocadíssima!!

Mas não estava, chove que Deus a manda… E nós instalamo-nos num bar a mandar jolas abaixo!
Quando a chuva abrandou saltamos de café em café, fomos vendo a cidade que é um bijouzinho, regressamos ao hotel de bina, e viemos jantar ao Morning Glory. Bem fixe, mas caro (pro Vietname, entenda-se!).
E nisto sou sobressaltada com abraços e exclamações: os nossos amigos Belgas, o Ronny e a Carine, tinham-nos encontrado! Foi tão fixe! Estes senhores são uns grandes personagens, tãoooo simpáticos, que se não fosse eu conhecer mais Belgas à patada, pensava que os belgas são um povo amoroso, caloroso e simpático, eheheh
O certo, é que foram das melhores coisas que nos aconteceu nesta viagem, um casal com 60 anos, com uma filha da minha idade, super activos e cheios de vida e de vontade de viver e viajar. Com um coração enorme, pessoas simples que aproveitam cada momento e que estão disponíveis pra andar de um lado pro outro com dois “putos”.

Hoi An é uma vila pequena, que de noite se ilumina inteirinha com baloēs de luz e velas mil. Tem imenso artesanato local, é uma tentação pra qualquer turista àvido de souvenirs. Tem imensos costureiros por todo o lado, que replicam fielmente qualquer peça que lhes mostremos e a fazem à nossa medida. Tal como todas as cidades que vivem do turismo, a única coisa chata é estarmos a ser constantemente abordados pra que lhes compremos alguma coisa, façamos uma massagem, jantemos no restaurante deles. Do lado de lá da ponte estão os backpackers, do lado esquerdo, a malta mais velha e com algum dinheiro que quer comprar coisas e tem possibilidade de pagar um restaurante ou um bar mais caro que o normal no Vietname.

Bem gira esta vilazinha, foi uma dica da Telma e do Pedro a quem muito agradecemos!

Highlights

O Ronny e a Carine
Hoi An iluminada à noite

Diário da viagem ao Vietname & Camboja – DAY 10 – Hanoi, a cidade da loucura

17 de Novembro de 2014, Vietnam

Hanoi está sempre em movimento, só pára lá pras onze da noite. Motas constantemente a passar, pessoas constantemente a cozinhar e a comer, lojas constantemente a vender, tudo é…constantemente.
O nosso hotel ofereceu-nos um upgrade e estamos agora no La Siesta Hotel, mesmo no Old quarter. É um oásis de paz, o serviço é pra lá de extraordinário, e têm o melhor chá que bebi desde que cheguei: gengibre, lemon grass e canela. O único stress é que a partir de agora, todos os outros hoteis nos parecerão miseráveis, mesmo que excelentes. Realmente, se me perguntarem o melhor de Hanoi, eu vou responder: o Hotel La Siesta. Os empregados são todos tão simpáticos que dá vontade de estar no hotel pra ser atendida por eles! E o Spa ainda não abriu, porque se houvesse spa, eu duvido que tivesse mexido uma palheira pra fora do La Siesta o dia todo.

Bom, já perceberam, escuso de estar a bater na tecla, realmente foi top.

De manhã saí pra passear e fazer um shoppingzinho…acho que andei 50 metros até à primeira paragem…uma loja de quadros onde estavam 3 rapazes sentados a pintar os quadros à mão pra atestar que aquilo não eram prints manhosos. Comprei um quadro enorme, e lindo de morrer, e outro mais comercial que diz Hanoi, também muito giro. Ambos custaram-me 26 euros.
Sim, ambos! Só não trouxe a loja atrás porque me controlei (não muito), mas havia lá quadros espectaculares. Mais abaixo encontrei outra artista que pintava qualquer foto que lhe entregassemos. A senhora era mesmo muito boa, foi pena eu não ter uma foto de família porreira, senão encomendava-lhe um quadro. Ela estava a reproduzir uma foto a preto e branco dos anos 20/30, tirada em Paris, fabulosa.

A seguir afundei-me em sapatos…é que eu calço o 34 e estes tipos fazem os sapatos pra Zara no mundo inteiro, e pra mais 300 mil marcas! Estiquei-me um bocado (muito), mas cada par custava 15 euros! Três sabrinas e umas sandálias depois, dei o tasco do shopping por encerrado. Faltava uma coisa, uma Chanel falsificada pra minha amiga Cristina. Não que ela me tivesse pedido, mas eu sei que ela gosta muito e como faz anos em Janeiro, era giro arranjar-lhe uma, disseram-me que as havia por 17 dólares… Entro na Swarosky e pergunto a uma das moças que lá trabalha, onde é que posso arranjar uma “fake chanel”. E ela pergunta: fake one, fake two, or super fake? Wtf! Eles têm classificações pros tipos de falsificações! Muito à frente!
E foi amorosa e deu-me uma morada, e lá fui eu, com o Mister Ming no tuk tuk (cabrão do velho limpou-me quase 7 euros por hora e meia de tuk tuk), à procura da morada.

Quando lá chego, o número 27C era um cabeleireiro…há um senhor mesmo à frente da loja que me vê, pede-me o papel com a morada tipo porteiro, e manda-me entrar no cabeleireiro e subir umas escadas… quando chego cá a cima vejo uma salinhapequena, praí com 9 m2 no máximo, cheia de malas e sapatos, tudo falsificado, alguns com etiquetas e tudo (os super fake). Ele era Vuitton, Chanel, Manolo Blanik, Ferragamo, you name it.

As tipas olharam pra mim com cara de: como é que esta ave rara veio cá parar?! E claro, como sou estrangeira e tenho cara de multibanco com pernas, pediram-me 250 dólares por uma mala, e eu recusei. Eu sabia que elas custavam 20 dólares pras pessoas locais, as gajas estavam mesmo a ver se me arrancavam o pelejo. Quando lhes disse que nem pensar, disseram-me: tens ali o mercado, boa sorte! Bitches!

Lá fui eu ao mercado, no meio de freaken no where, e novamente vejo uma porradona de gente a olhar pra mim com cara de “esta anda aqui perdida, donde terá caído o pardal?!”, e percebo que estou no meio da real thing, este mercado não era pra turista ver, era mesmo deles, e vejo de tudo à venda, inclusivamente cágados pra comer, e graças a Deus não vi cães nem gatos, senão acho que me dava uma coisa má… E vejo daquelas bancas à Bourdain, e penso 3 vezes se me sento ou não a comer com eles e depois penso: é melhor não, não consigo identificar a comida, e 90% disto parece entranhas, esquece. I’d better not.

Volto ao Mister Ming (vi-me lixada pro encontrar!), e fui de volta pro Old quarter, e decido voltar pro hotel, tinha a cabeça cheia, já não quis fazer mais visitas turísticas, o meu cérebro explodia de informação.

Sentei-me a almoçar num restaurante ao lado do hotel, trip advisor winner 2014, ah? 😉 e mandei vir umas ameijoas com molho picante que eram a p…. Da loucura. À minha frente sentou-se um casal Brasileiro muito novinho e simpático, que me fizeram companhia ao almoço.

Atravessei a rua e fui fazer uma massagem nos pés (ou God, a senhora foi 5 estrelas, e cheia de vergonha – os Vietnamitas são super tímidos, é tão giro 🙂 – disse-me que tenho problemas de pulmões, fígado e de coração, tudo porque o meu pé esquerda doía em tudo o que era ponto…tou quilhada meu, mais me vale encomendar o caixão! :))))

Voltei pro hotel eram 5 da tarde, falei com o meu Pai via facetime (o meu irmão foi pra Angola na semana passada e não os avisou, e eu no Vietname sem avisar a minha Mãe, coitada, quase a empacotamos, ahahahaha), tomei uma banhoca maravilha e fui jantar outra vez ao mesmo sítio. Comi novamente como uma porca (já engordei dois kilos, tenho que começar a fechar a boca urgentemente), e sentei-me no rés-do-chão a beber um vinho. À minha frente sentou-se o Martin, um Canadiano muito simpático, com quem dei umas gargalhadas porreiras. Infelizmente, ele não vinha ainda pra Hoi An, pelo que nos despedimos passado umas horas de conversa com um: have a nice life. Acontece imenso nestas viagens, já nem vale a pena trocar emails a não ser que o trajecto seja o mesmo. Como dizia a música: la vida es una tômbola, twist twist tômbola.

Highlights

Sapatos do meu número!
O quadro branco, cinzento e vermelho
A massagem aos pés
O restaurante mesmo ao lado do hotel
O La Siesta luxury boutique hotel
A loja de malas falsas refundida no meio do nada
O fixe do Martin

Esta profusão de fios nos postes é retratada imensas vezes em quadros. Não sei como não ficam todos eletrocutados quando chove…

Esta Senhora era extraordinariamente bonita, tinha uma classe inacreditável, parecia que a nobreza andava de bicicleta. Linda.

Diário da viagem ao Vietname & Camboja – DAY 9 – Bai Tu Long Bay

16 de Novembro de 2014, Vietnam

O meu dia de anos estabelece o ritmo do meu ano todo, e os meus 38 anos vão ser um ano de muitas viagens e muito sossego.
Começarem bem, logo só podem correr bem. No ano passado passei a noite do dia 15 com amigos, e o dia enroscada em mantas com a minha comadre Mariana e os miúdos. Já sabia que me vinha embora para Portugal, e a festa foi de despedida. E foi esse o “tom” do meu ano, um grande e enorme adeus ao meu tempo na Holanda.

Este ano vou viajar.

E pra abrir logo a pestana, depois do pequeno almoço fomos andar de bicicleta. Binas todas podres, pareciam as embaladeiras de Amesterdão lol e como o assento mega rebaixado pra mim 😉
Não sei como é que fiz a proeza, mas não é que não malhei?!

A meio paramos numa praia muito bonita, completamente deserta. Estava fresquinho, por isso não fui à àgua, mas sentei-me numa pedra ao pé do mar, a ouvi-lo zangado ao bater nas rochas. Soube-me a mel aquela meia hora.

Pedalamos mais 10 minutos e regressamos ao barco, que nos levou a Bai Tu Long Bay.
As fotos não fazem jus à beleza deste lugar, não há 500 barcos com turistas como em Ha Long Bay, não há senão barcos de pescadores e silêncio.

E eis que finalmente o sol aparece!

Mais duas horas e meia de barco e um repasto francamente delicioso, e estamos novamente no porto. Que pena! Eu agora ficava no barco mais 3 dias na boínha!
E que bem que se come no Vietname…

Oh well, o que é bom acaba depressa, e há toda uma Hanoi à minha espera pra descobrir!!

Highlights

Bai Tu Long Bay
O casal Belga
Hot pot


Diário da viagem ao Vietname & Camboja – DAY 8 – Hanoi e Bai Tu Long Bay – hoje conto 38

15 de Novembro de 2014, Vietnam

Acordei com os azeites. Tinha dormido pouco e pra azar o meu colega de viagem achou que era engraçado acordar-me mandando-me com uma almofada à cabeça. Escusado será dizer que quase lhe arranco a mona. Eu queria acordar com alguém a dar-me os Parabéns, não assim.
Fui tomar o pequeno-almoço eram sete e meia, e por sorte estavamos no melhor hotel possível, o Hanoi Elegance Ruby e eles foram espectaculares, ligaram pra nossa agência, a Ethnic Travel (que recomendo vivamente pras vossas viagens no vietname, que me foi recomendada pela minha amiga Marcinha – I own you big time girl!) que foram tão eficientes como o hotel e passado 5 minutos de relógio estavam a recolher-nos, passado mais 5 estavamos na agência, e 98 dólares depois estavamos na carrinha em direcção a Ha Long Bay. A viagem dura 5 horas de mini-bus/ van. Deu pra uma cochilada mal dada, e por volta da uma estavamos no barco com mais 2 ingleses, 2 belgas e duas alemãs. O grupo era engraçado e muito simpático.
O barco arrancou e passado hora e meia estavamos num kayak a dar uma voltinha na baía, soberba, sem turistas e sem mais barcos que o nosso.

Encostamos o barco junto a um viveiro de ostras. Aprendi que eles “fabricam pérolas”, basicamente “plantam” uma espécie de semente de coral dentro das ostras, isto depois de as criarem durante 18 meses. Depois esperam mais 18 meses pra poderem colher as pérolas, mas só 30% das ostras dão pérolas, e dessas, só 10% têm uma qualidade aceitável. São 3 anos para meia dúzia de dongs/dólares.
Eu sou doida por ostras, perguntei o preço das que servem pra comer: 50 mil dongs por kilo. Dois euros aproximadamente. E isso são quantas ostras?
Contei 18! Foi basicamente oferecido! Comprei pro grupo, e ofereci-as ao jantar, foi a forma de celebrar os meus anos 😉
O resto do dia passou-se dentro do barco, até que chegamos a um porto e entramos numa carripana que tinha uma mota, e uma caixota onde coubemos 8…assustador pensar que uma motoreta nos estava a levar a todos por uma estrada de terra batida.
Lá chegamos inteiros à homestay, numa ilha onde ainda não há luz elétrica (só chega em Janeiro de 2015). Uma casa da Ethnic Travel onde vivem 4 pessoas, pescadores, que recebem os turistas e os ensinam a fazer spring rolls 🙂 comemos soberbamente, e tão abundantemente nestes dias, que nos sentimos a arrebentar no fim de cada refeição. Come-se brutalmente bem no Vietname.

Por esta altura a minha telha já se tinha dissipado há muito, estava era com um camadão de sono inacreditável. Eram 9 e meia quando aterrei na cama, depois de uma boa converseta com o grupo. Dormi até até às sete e meia do dia seguinte!

Happy Birthday to me!!!

Highlights

Bai Tu Long Bay
Ethnic Travel
Hotel Hanoi Elegance Ruby – a eficiência e a simpatia
As ostras por 2 euros
O grupo super simpático
Happy Birthday to me!

Isto são OSTRAS!!




Diário da viagem ao Vietname & Camboja – DAY 7 – Nascer do Sol em Angkor Wat e partida pra Hanoi

14 de Novembro de 2014, Cambodja

Acordamos às 4 e meia da manhã e o cabrão do Leng não apareceu até às 5:45. Ia-o matando. Ele diz que teve um pneu furado, nós achamos que ele adormeceu. Ele diz que teve que ir a uma loja comprar o pneu, nós achamos que ele adormeceu.
Era uma hora de sono a mais muito bem-vinda, e um telefonema em roaming a menos pro amigo, mas pelo menos o homem assapou na motoreta para chegarmos a tempo de ver o nascer do sol.

Foi tão soberbo, tão magnífico, tão belo, bonito, extasiante, inexplicavelmente breath taking, que se tivesse perdido este espectáculo acho que tinha atirado o Leng aos crocodilos!

As fotos, por muito boas que sejam, não fazem jus aquele céu que se abate sobre o templo. Aquele nascer do sol é o suficiente para justificar uma viagem ao Cambodja.

Não podem morrer, sem o ver.

Depois do pequeno almoço, demos corda às merrel, e visitamos Bayon, Preah Khan e ainda Ta Phrom, onde é impossível caminhar ou tirar uma foto sem um puto dum Chinês atrás duma pedra!
Pra acabar, era meio dia quando vimos o templo mais distante, mais antigo e mais bem conservado, que só foi descoberto em 1900 porque estava coberto de vegetação.
Eram 2 e meia da tarde e já tinhamos despachado os templos todos. O Leng estava parvo, diz que vimos em dia e meio o que toda a gente leva 3 dias pra ver. A questão está em que não contratamos um guia pra nos explicar os desenhos todos, ou templos. Por isso é que fomos mais rápidos. Eu ouvi bocadinhos de explicações dos guias de outras pessoas, como falo 4 línguas não é difícil :p e vale a pena contratá-los, mas além de ser caro, não tinha tempo, e nem paciência, pra uma visita guiada de 8 horas….

Como ainda tinha a tarde toda, e já tinha despachado os souvenirs, fui ao National Museum, que recomendo vivamente, se puderem, até antes de irem a Angkor Wat. Vejam os vídeos, percebam a cultura Khmer, e preparem-se pra passar a amar o Camboja.

Eu cá fiquei apaixonada pelo Budismo e pela Ganesha.
É a estória do filho criado por Shiva e Parvati para tomar conta da casa enquanto a mãe tomava banho, e que proibiu a entrada em casa do marido. O “pai” arrancou-lhe a cabeça com um tridente, e por indicação de Brhama, disse-lhe que usasse a cabeça do primeiro animal que visse sem vida, para a substituir. E como foi um elefante, hoje vemos uma espécie de buda com uma cabeça de elefante por cima, símbolo de renovação e prosperidade. 
Quero uma lá pra casa, mas agora só compro no Vietname.

Next pit stop: Hanói!

PS: depois do stress do visa em Hanoi, contactamos o www.myvietnamevisa.com, e eles mandaram-nos tudo por email, até o link pra pagamento no site deles. Com uma impressão da approval letter, e 45 dólares, entramos sem qualquer espinha ou problema, novamente no Vietname.Recomendo esta empresa a qualquer pessoa que precise de ir até ao Vietname e de um visto. A eles o meu muito obrigada.

Highlights

O myvietnamevisa.com
O nascer do sol em Angkor Wat
A história da Ganesha

Adoro esta foto, é a minha favorita de todas.

Diário da viagem ao Vietname & Camboja – DAY 6 – Floating Village and Angkor Wat

13 de Novembro de 2014, Cambodja

A Floating Village está preparada pra te aliviar 100 dólares num instante. O Leng, o nosso condutor de cyclo (tuk-tuk) apanhou-nos às dez da manhã e levou-nos à Floating Village, mas antes fomos a uma agencia pagar o barquinho. 25 dólares.
Entramos no barco e temos um guia pessoal, que nos foi explicando a rota e como a aldeia funciona. Ele faz parte da comunidade, chama-se Chá. Primeiro as Mango Trees, que estão enfiadas na água até metade, onde podemos passar de canoa e ver pássaros e macacos. Depois o viveiro de cat-fish e de crocodilos e por fim a escola do orfanato.
Andar de canoa no meio das mango trees são 20 dólares por pessoa, o dinheiro, supostamente, rever-te todo a favor da comunidade e 100% do mesmo é pro hospital flutuante pra evitar que as pessoas tenham que ir à cidade ao médico. Recusei, temos pena.

A seguir a loja de souvenirs e os crocodilos e os peixes, uma bebida se quisessemos. No thanks, next?
A escola primária do orfanato, tudo flutuante. Eles não aceitam dinheiro, só aceitam arroz, ali naquele armazém, se quiserem oferecer, podem passar ali pra comprar, não é obrigatorio e tal, mas os orfãos dependem de vós. É só um dolar por kilo. Ok filho, bora lá, bota aí 5 kilos. Ah e tal, só temos sacos de 30 kilos (já tu estás dentro do celeiro flutuante), pimbas, bota masé aí 30 dólares!
Dizer que fiquei lixada é pouco, fiquei mesmo fodida. Eu não me importo nada de comprar arroz ou oferecer coisas aos miúdos e graúdos, mas fico podre quando sei que dos 30 dólares, 3 ou 5 são pra quem produziu o arroz e os outros 25 pra um fdp qualquer que enche q mula à custa desta gente. Visitei a escola a deitar fumo pelas orelhas, tirei mais umas fotos (a aldeia é realmente impressionante), e vim-me embora pior que estragada.
Mas depois chegamos a Angkor Wat e passou-me.
É difícil explicar a monumentalidade do templo, contruído no século nove (9), é, com toda a propriedade, classificado como uma das sete maravilhas do mundo. Fiz quilómetros lá dentro e tirei fotos a tudo o que não mexia, excepto eu mesma.
E ganhei um novo odiozinho de estimação em viagem: Chineses.

Que praga meu, não te deixam tirar uma única foto, passam na frente da câmara, dão encontrões pra passar, passam à nossa frente, ocupam o espaço todo, falam altíssimo, estão sempre a correr, são sempre muitos! um horror, apetece atirá-los dum muro abaixo como quem não quer a coisa. Civismo:zero. Eu sei que é outra cultura e que não têm sentido de privacidade, mas oh gente irritante!
Jantamos num restaurante enorme, com comida self-service e um espectaculo de dança Cambojana. Mais uma armadilha pra turistas.

Não me entendam mal, por incrível que pareça adorei os Cambojanos, são ultra simpáticos e muito doces, muito tímidos, e falam muito bem inglês, qualquer pessoa tem uma conversa contigo em inglês, e são assustadoramente paupérrimos. Mas têm o esquema todo montado pra chular o tourista, mesmo quando pensas que não, é só distraires-te e já foste. Não é o único país que faz isto, e entre todos os que já visitei, este foi onde este sistema de corrupção mais me aborreceu, porque ao gostar-se das pessoas é difícil dizer que não. E assim me aliviaram mais de 100 dólares num dia.

Comprei uns quadros originais e pintados à mão, dois por 50 dólares, e uma pulseira de prata por 9,5€, mas de prata a sério, ah!
Essa é outra, as lojas de ouro e prata são dos Chineses, não dos Cambojanos.
Amanhã vou ver o nascer do sol, às 4 e meia estou a pé.

Highlights


Floating Village
Angkor Wat
Pôr o multibanco Holandês a funcionar!