It doesn’t get much better than this moments

Não sei se já alguma vez tiveram essa doce sensação de “it doesn’t get much better than this”, aqueles momentos em que de repente, do nada, por motivo nenhum em particular, nos sentimos incrivelmente bem e realizados.
Lembro-me claramente de um momento assim, há uns atrás na minha casa de Haia, um dia qualquer que se tornou especial só porque me senti contente, apaixonada pela vida, pelos meus amigos, pela minha família.
Este fim de semana tive cá duas amigas pra jantar no sábado. Duas pessoas que vi poucas vezes mas de quem gosto muito, porque as admiro por serem mulheres fortes, desenrascadas, cheias de planos, vontades, garra, com dúvidas e concretizações, apaixonadas pelo ser humano e por uma vida cheia de mudanças, sempre prontas pra arriscar, que insistem em ser felizes mesmo quando a vida lhes dá limões azedos. Mulheres educadas, interessantes, e perdoem-me a expressão, “mulheres de tomates”, independentes e viajadas. Elas não se conheciam, mas vão viver pra mesma cidade e achei que era bom apresentá-las para que pudessem, quem sabe, ser amigas também. Talvez gostassem uma da outra como eu gosto delas. Preparei a casa e o jantar, as meninas vieram de longe e trouxeram o vinho, e das nove da noite às cinco da manhã, foi até que a voz nos doesse e o vinho nos inebriasse.
Não sei como é que não ficamos sem voz e como é que permanecemos sentadas tantas horas à mesa, afinal tenho sofás bem confortáveis. Mas à boa Portuguesa, o melhor é mesmo sentada em frente ao prato, e assim se passou uma noite de sábado tremendamente agradável. E tal como previa, as meninas também gostaram de se conhecer e ficarão com certeza amigas.

Deste jantar saíram viagens planeadas em conjunto e muita partilha de peripécias e gargalhadas. E o que para mim representa ainda mais, a entre-ajuda despontou de coração aberto, como se quer numa terra que não é a nossa.
Se seríamos amigas em Portugal? Talvez, e não digo com certeza porque a amizade quando se está emigrado não é feita ou construída da mesma forma que quando se vive no rectângulo.
Quando já vivemos num sítio há muito tempo e já temos amigos e família por perto, é raro que tenhamos vontade de conhecer gente nova e temos muito quem nos ajude num momento de aflição. Quando se vive fora, principalmente quando se acaba de chegar, as pessoas têm necessidade de conhecer outros e uma mão estendida que a nós nos parece fácil e imediata, passa a ter uma importância e um significado ultra-dimensional.
Aquela pessoa que conhecemos nos anos da Mariazinha em Aveiro e com quem tivemos uma conversa gira, continua a ser a amiga da Mariazinha e possivelmente nunca mais a vemos porque até somos do Porto e não vivendo na mesma cidade, encontrarmo-nos será difícil e raro, e assim nos passa ao lado mais uma pessoa. Se pelo menos fosse um tipo(a) jeitoso(a), ainda se trocava uns sms e tal, podia dar numa paixoneta, agora mais amigo(a)s? Isso já dá muito trabalho e pouco retorno.
Mas essa mesma pessoa, se conhecida numa festa na casa da Sofia num sábado em que não se passava nada e a solidão era o outro cenário, passa a ser não só digna da mesma atenção em termos de conversa, como digna do nosso bem mais precioso: de TEMPO. Marca-se actividades em conjunto, um jantar, uma viagem, descobrem-se amigos comuns, paixões comuns, um almoço (meus ricos Rogério e Leena que me convidam pras feijoadas de domingo) aqui, um soprar de velas de aniversário acolá, ajudamo-nos uns aos outros a mudar de casa, a pintar casas (os 9 magníficos que estão no meu coração forever!), a arranjar inquilinos uns pros outros, dá-se a mão e dá-se o coração e a amizade.
E este sábado foi mais um dia destes, em que a bondade foi o mote e a energia boa e positiva o que mais fluiu dentro das minhas paredes e no Domingo quando acordei estava mega bem disposta.
Atenção que esta alegria já vinha desde sexta, onde graças a um destes amigos forjados fora de casa, consegui alugar um dos quartos da minha casa de Lisboa. Neste momento tenho lá 3 graças, todas elas resultado desta gente boa que conheço como emigrante que sou.
Tomamos o pequeno-almoço/almoço, aproveitamos a tarde de sol e tomamos um chá num dos meus cafés favoritos de Amesterdão, deixei as meninas no tram por volta das cinco, e empreendi viagem com os meus 3 biscoitos pra casa dos meus vizinhos. De quatro, três vizinhos fizeram anos no espaço de uma semana. Em casa dos P2 estavam mais 4 amigos, na mesa havia patas de sapateira, bolo e champanhe pra celebrar. Sentei-me à mesa com um sorriso radiante, do outro lado da mesa uma grande amiga: é domingo, é hora do lanche, e estou com a família à mesa. A vida é uma benção Thessa Maria, it doesn’t get better than this!!
A minha amiga mandou uma gargalhada, e eu, a sentir-me num anúncio publicitário de Thanks Giving, dei um abraço e um beijo a mais um amigo que apareceu do lado direito pra me cumprimentar. Nestas alturas sente-se o coração cheio, que transborda, a barriga confortada e o ar parece uma manta de aconchego. Há quem lhe chame o que todos buscam incessantemente: felicidade. Eu sinto-me tremendamente abençoada.

Aqui somos todos iguais.

A grande maioria dos meus amigos na Holanda são Portugueses. A grande diferença é que aqui ninguém é mais que ninguém, nenhum se julga mais por ser doutor, seja trolha, cozinheiro ou sapateiro, todos são igualmente importantes e todos se ajudam. Dá-se a mão antes do diploma, ri-se das mesmas coisas, juntamo-nos pelos mesmos motivos e admiramo-nos mutuamente pela coragem de fazer as malas e começar tudo do zero. As pessoas não se julgam e fazem-se mais humanas.

Se somos todos amigos? Claro que não. Há sempree quem não ouve a mesma canção. 
Se somos todos iguais? COM TODA A CERTEZA!

Nunca se perde a esperança, e perder uma batalha não significa perder a guerra.

Porque há um ponto de luz branca em cada momento negro,
Porque a perseverança compensa,
Porque tudo o que damos de bom ao Universo nos é retribuído em dobro,
Porque em cada revés há algo de extraordinariamente bom,
Porque a paciência é uma virtude e como não me assiste diariamente, o Universo empenha-se em fazer-me aprender a ser mais paciente todos os dias,
Porque quando se tem um plano, este se concretiza, às vezes não como se prevê, mas sempre como é melhor pra nós,

Em Junho de 2014 estou de volta a Portugal, regresso a Lisboa e a Braga, com um pé na Holanda e outro bem maior no meu País. E estou pra lá de radiante, estou pra lá de feliz. Sinto-me concretizada e a pessoa mais abençoada do mundo.

Por isso, queridos, queridos amigos, que há tanto tempo esperam por mim pacientemente e pela minha presença, aí estarei, por mim, por vocês, para alegrar os vossos dias e espantar a depressão nacional.

Regresso com as melhores condições possíveis, com uma gratidão enorme para com os Recursos Humanos da empresa para a qual trabalho, especialmente para com os Recursos Humanos Portugueses que me mostraram o caminho de regresso a casa.

Mais gratidão ainda para com as minhas chefias Holandesas, que têm uma capacidade extraordinária para lidar e entender os trabalhadores que lhes fazem o dia a dia mais leve. Muitíssimo obrigada ao Michiel, à Ingrid e ao Remco, porque são pessoas extraordinárias, com um coração do tamanho do mundo e com uma confiança em mim que não tem espaço no entendimento do comum mortal.

Vou continuar a ajudar quem queira passar pela experiência de ser emigrante, esperando sempre que o façam temporariamente, e rezando para que tenham as mesmas (ou maiores) oportunidades que eu e que o Universo lhes traga única e exclusivamente o melhor para si e para as suas famílias.

Obrigada de coração a quem está (e esteve) desse lado a torcer por mim, mesmo sem me conhecer.
Quando Deus nos fecha uma porta, abre sempre uma janela.
Pay it forward minha gente! Compensa!

Um beijo e um abraço a todos

Sofia

Oh Lombas, perdão, Sô Dr. Pedro Lomba, aprenda lá comigo que eu não duro sempre!

O que eu te expliquei no dito fim de semana, o motivo pelo qual eu cá estou e porque vim para a Holanda pese embora o clima maléfico deste País. Cá está explicadinho, como se fosses mesmo muito burro, a regra dos 30%.
Agora faz-nos um favor a todos e faz-te útil e aplica-a!

In: http://www.expatica.com/nl/finance_business/tax/The-Dutch-30-percent-ruling_explained_11398.html

Maybe you’ve heard of the 30 percent ruling and want to benefit, but what is it and how does it work? Finsens’ tax experts explain the rules of the 30 percent ruling for expats in the Netherlands.

The 30 percent ruling
Since 2012, the conditions for eligibility have changed.  We take you through the new rules step by step.

What is the 30 percent ruling?The 30 percent reimbursement ruling is a tax advantage for foreign employees working in the Netherlands. If a number of conditions are met, the employer is allowed to grant a tax free allowance amounting to 30 percent times 100/70 of the gross salary subject to Dutch payroll tax. This results in a maximum (effective) tax rate of approximately 36.4 percent. The tax free allowance is considered a compensation for the expenses that a foreign employee has by working outside his or her home country.

Conditions
To be eligible for the 30 percent ruling the following conditions have to be met:

  • The employee works for an employer liable to withhold Dutch payroll tax on the employee’s salary.
  • Employer and employee have to agree in writing that the 30 percent ruling is applicable.
  • The employee has to be transferred from abroad to a Dutch employer or has to be recruited from abroad by a Dutch employer;
  • The employee did not reside within 150 kilometres from the Dutch border for the last 18 out of 24 months at the time of hiring;
  • The employee’s taxable (!) salary (roughly the gross salary reduced with the tax free reimbursement under the 30 percent ruling) is at least EUR 35,000 per annum.
  • The employee needs to have expertise which is scarcely available in the Netherlands.


Flexibility of the salary requirement

To be eligible, the employee needs specific skills that are scarce on the Dutch labour market. The ‘specific skills’ requirement of the old ruling has been replaced. Under the new legislation specific skills are measured by a threshold which is placed at EUR 35,000 taxable. This opens up the possibility to claim the ruling for people with a gross salary of, for example, EUR 40,000 and pay out only EUR 5,000 as a tax free reimbursement. In this situation the employee will still meet the EUR 35,000 taxable salary requirement.

PHD and masters graduates
Less strict rules apply for PHD and masters graduates younger than 30 years:

  • The minimum salary requirement is EUR 26,605 taxable.
  • If the PhD was completed in The Netherlands, the requirement of “being recruited from abroad” does not have to be met if the candidate is hired within a year of completing his or her studies.


Scientific researchers and medical specialists in training

There is no minimum required salary for scientific researchers who are employed by a university or a research institution that is subsidised by the government. Medical specialists in training also have no minimum required salary.

Scarcity
The requirement regarding scarcity on the labour market will be deemed to be met if the minimum salary requirement is met. The Ministry of Finance indicated however that for sectors where every candidate meets the minimum salary requirement, the scarcity test will still be applied.

Duration
The maximum duration of the 30 percent ruling is eight years. Any period spent in the Netherlands over the last 25 years will be used to reduce the maximum duration of the 30 percent ruling.

Financial consequences
Having read the above conditions, you may see that you are eligible for the ruling, but what does it actually mean?

The salary you agreed on will be reduced by a maximum of 30 percent. In return you will receive this percentage as a reimbursement for expenses. This is the most common way as it will not influence the salary burden for the employer. However, the employer is not obliged to pass on the advantage of the ruling to the employee. In practice it is possible for the employer to partially or fully take the benefit.

Application
Lowering the taxable income will most likely have implications for your potential unemployment or disability benefits, since these benefits are based on your taxable salary. The tax authorities require that both employer and employee are aware of these consequences. Therefore the application for the 30 percent ruling has to be done by both employer and employee and an agreement in writing is necessary. This can be done by means of a clause in your employment contract or as an addendum to the employment contract.

What is considered to be ‘salary’?

This has been a major discussion point over the last few years. Of course, your gross salary is considered to be salary, but what about your bonus, holiday allowance, company car, redundancy settlement or any other benefits in kind?
Basically, your ‘regular employment income’ is the basis for calculating the 30 percent tax-free reimbursement. There are regulations regarding pension premiums, but your bonus, holiday allowance, benefits in kind and company car all fall under the ruling. Severance payments specifically do not fall under the scope, read 30 pc ruling update: Supreme court decides on severance payments and see below

Other benefits
As well as having 30 percent of your salary paid tax free, there are other benefits.

Partial non-resident
Under the 30 percent ruling you can opt for ‘partial non-residency status’. Even while residing in the Netherlands, you will be considered to be a non-resident tax payer in Box 2 and Box 3 upon choosing the partial non-resident status. For Box 1 income you are still considered a resident tax payer. Consequently, you do not pay income tax on assets in Box 2 and 3 (except for real estate located in the Netherlands and substantial shareholding in a Dutch resident B.V.) but you are entitled to the partnership ruling in Box 1.

Driving Licence
If you have a foreign driving license, in most cases you will still have to redo your test in order to obtain a Dutch license. However, if you benefit from the 30 percent ruling, it is possible to switch your foreign driving license without retaking the test.

Points of attention

Redundancy
Under the new legislation, only payments that are done before the end of the employment relationship (thus the end of the ruling) fall under the 30 percent ruling. Severance payments are however explicitly excluded.  If you are made redundant, it is therefore important to:
1. have an outstanding bonus payment, holiday allowance, salary payment etc., transferred to your account as soon as possible, and;
2. have a breakdown of the redundancy package so it can be determined which part can be considered to be payment of your bonus and outstanding holiday allowance and which part is the actual severance payment.

Employment or self employed
To be eligible for the 30 percent ruling you have to be in an employment situation. If you are self-employed it will not be possible to claim the 30 percent ruling. However, if you set up a UK Limited Company or Dutch B.V. and become an employee of that company, you are considered to be in an employment situation and consequently eligible for the 30 percent ruling.

Retrospective Period
The 30 percent ruling will become effective in retrospect if the application is submitted within four months after the first day of employment. If the application is submitted after four months, it will become effective as of the first day of the month following the month of application.

Changing Jobs
If you change job you can reapply for the ruling, provided that you still meet the conditions and your new employment contract is signed within three months after termination of the previous. If you are benefitting from a 30 percent ruling that was issued before 1 January 2012, several special transfer rules apply when you find new employment. Especially people who do not qualify under the new legislation can meet certain grey areas in the law. If this is the case, we advise you to contact your tax advisor.

Será?

Acho esta perspectiva um bocadinho negra demais, embora seja correcta, é exagerada. Pelo menos para mim, não é assim tão difícil ser expat, mas concordo com o autor numa coisa: não é um mar de rosas e não estamos cá de férias.

Fica aqui um bom texto: http://www.iamexpat.nl/read-and-discuss/expat-page/articles/the-truth-about-being-an-expat

Gostei especialmente do comentário do Jon Medeo que achei tremendamente pertinente:

“However, if you are not ready to give things up to fill them with others (In italy it’s the weather, obviously…. friends, family and usual surroundings, and you are just willing but not ready to open yourself to new, certainly different, and challenging experiences, then do not pack. Stay home. You will be happier. Misery, loneliness, cultural challenges, are every day’s bread for the expat. But also new understandings, opportunities, openness to other cultures, transformations of the self. As I used to say to myself after 6 years of residing in NY, I better quit looking behind me (at the past) else I will hit all the things I find in front of me… took me 20 years in the States to get that. Now I’m in Italy, in my 50’s, and I will try again, as my father did….Cheers!! keep on tripping and bundle up!! ps. now I love the snow, go figure that….”

You’ll be more sensitive to others
You become more aware and sensitive to others when you have been faced with difficult situations or cultural clashes. Your awareness indicator heightens.
 You are different; you are changed by your surroundings
You will never be the same person that you were before you moved. You’ll spend time trying to figure out if it’s just you getting older or if it’s your surroundings that have impacted you the most. You’ll unfortunately be unable to separate the two but you know the new country is the stage where these changes occurred.
– See more at: http://www.iamexpat.nl/read-and-discuss/expat-page/articles/the-truth-about-being-an-expat#sthash.PMCgiITa.dpuf
You’ll be more sensitive to others
You become more aware and sensitive to others when you have been faced with difficult situations or cultural clashes. Your awareness indicator heightens.
 You are different; you are changed by your surroundings
You will never be the same person that you were before you moved. You’ll spend time trying to figure out if it’s just you getting older or if it’s your surroundings that have impacted you the most. You’ll unfortunately be unable to separate the two but you know the new country is the stage where these changes occurred.
– See more at: http://www.iamexpat.nl/read-and-discuss/expat-page/articles/the-truth-about-being-an-expat#sthash.PMCgiITa.dpuf
You’ll be more sensitive to others
You become more aware and sensitive to others when you have been faced with difficult situations or cultural clashes. Your awareness indicator heightens.
 You are different; you are changed by your surroundings
You will never be the same person that you were before you moved. You’ll spend time trying to figure out if it’s just you getting older or if it’s your surroundings that have impacted you the most. You’ll unfortunately be unable to separate the two but you know the new country is the stage where these changes occurred.
– See more at: http://www.iamexpat.nl/read-and-discuss/expat-page/articles/the-truth-about-being-an-expat#sthash.PMCgiITa.dpuf

Avião às 6 e meia da manhã é dureza…

Meio morta, mas estou de volta à nuvem. Este voo das 6 e meia é uma violência enorme.
Mas como sou a sortuda de sempre, quando cheguei, além de chofer, já tinha o almoço feito pelo Chefe Ivo, um arroz de legumes que cheira bem daqui até à China!
Quem tem amigos assim tem tudo 😉
Já agora, estes dias que passaram não teriam sido os mesmos sem o carinho da minha amiga Joana, da Xanocas e do Carlos, que me acolheram em casa deles e me deram muito mimo, e que eu bem precisava. Um beijinho muito especial pra dois amigos que não via há muito e que adorei rever, a minha Ritinha e o sô Pina, e que como sempre, como por magia, aparecem sempre que eu mais preciso.
E o casamento? Genial! Pequeno pormenor, enquanto escrevia o post deprimente anterior, apanhei um escaldão na tromba que foi obra e fui com ar de bifa. Foi coisa pra nem uma hora, não dei por nada, nem sequer pela mudança de tom de pele. Só reparei porque depois de vestida vi que tinha uma marca enorme do bikini no peito e bateu-me…. bonito serviço. Mas pronto, não há-de ser nada, o Faustino e o Vasco fazem milagres, hei-de conseguir ficar com um ar meio decente em alguma foto. Se ficar publico e abro uma secção: momentos narcisistas de Sofs Maria.
Bom, agora vou trabalhar que é pra isso que me pagam 😉
Inté já

PS: já podem voltar a abrir o blog sem medo que vos salte a música, substituí por um link.

Eu fazia deste texto da Maria uma carta aberta ao PR em nome de todos os enfermeiros expatriados







“Dá-se-me nos nervos”

– Então Portugal ardeu inteirinho, vem um dia ou uma semana de chuva e começa tudo a reclamar como se chover fosse muito mau? Portugal não fica nas Caraíbas, e mesmo que ficasse, também havia chuva. Get over it.
– Hoje esteve um dia bonito de Outono, mas já estamos nos 13 graus, daqui pra frente é sempre a descer até aos zero e em Dezembro lá vêm os menos qualquer coisa, feels like menos ainda. A minha feminilidade não sai de casa a partir dos 15 graus, peço desculpa, mas sentir-me constantemente um perfeito chouriço de roupa não me apraz. Não gosto, não vou gostar nunca de parecer sempre um trambolho. Que tal um dia de Outono com 18 graus, boa? Não é ser resmungona ou andar-me sempre a queixar, eu sou consistente, não gosto de frio, ponto. A chuva é chatinha, é. Estive em Portugal na altura em que caiu o dilúvio na Holanda e andei pela praia: confere. Chama-se saber viver e ter aprendido a nunca fazer férias em Julho ou Agosto e preferir claramente Fevereiro ou Setembro pra sair daqui. Há bons motivos sabem? Aprendam que eu não duro sempre.
– Acharem que somos sempre inferiores a todos os outros Países, há até quem gabe Espanha e considere Espanha e os Espanhóis superiores aos Portugueses. Só acha isto quem nunca lá viveu, só acha que os nórdicos são o top of the rock de limpeza, educação e civismo, quem nunca cá viveu.
Diz-me margarida, achas que os Suecos são mais educados, mais limpos e mais cívicos do que nós?
Digam-me amigos que vivem na Alemanha, acham que os Alemães são mais educados, mais limpos e mais cívicos do que nós?
Digam-me malta que vive na Finlândia e na Dinamarca (ou quem já lá viveu), acham que eles são mais educados, mais limpos e mais cívicos do que nós Portugueses?

Há tanta coisa que me irrita no Tuga, em Portugal, o chico-espertismo, a corrupção declarada, a p@ta da mania de fugir a impostos, a contas e a obrigações, a falta de bom senso nos gastos, o torrar tudo até à última moeda e depois desenrascar como se pode, a troca de prioridades patente tão claramente naqueles que valorizam mais o carro que se conduz que a educação que se tem. Ai oh pa, estava aqui até amanhã de manhã, mas daí a achar que o Português é inferior a qualquer povo em educação, limpeza ou até civismo vai uma distância tão quilométrica como da Holanda a Portugal. Complexo de inferioridade zero. Zero, mesmo.

Leituras indispensáveis

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A Rititi escreve o que eu (e ela, com certeza) sentimos:

“E mesmo sabendo que Portugal não pode gostar de mim agora, que nunca seria o amante generoso que mereço, eu sei que um dia regressarei e acordarei com a luz de Lisboa na minha janela.”

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  A partir de agora é obrigatório começarmos-lhe (quem vive nos Países Baixos e Nórdicos) a dar forte e feio na vitamina D senão começamos a entrar em parafuso e a bater com a cabeça contra as paredes em plena depressão de inverno. Vejam aqui o que é, quais os efeitos secundários da falta e do excesso de vitamina D. Usem, mas não abusem:

“Vitamin D toxicity can cause non-specific symptoms such as anorexia, weight loss, polyuria, and heart arrhythmias. More seriously, it can also raise blood levels of calcium which leads to vascular and tissue calcification, with subsequent damage to the heart, blood vessels, and kidneys.”

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Vejam o vídeo do candidato Manuel Almeida à Câmara Municipal de Gaia e acompanhem com os podcasts do Homem que mordeu o cão feitos pelo Nuno Markl. Se não se rirem é porque estão claramente deprimidos. Eu não costumo fazer pouco das pessoas ou explorar as faltas dos outros, mas este Senhor é tão sincero e tão tipicamente Tuga (no sentimento do “todos me abandonaram, mas eu estou confiante na vitória, embora não faça ideia do que é que aqui estou a fazer, tenho convicções que quero explorar e que tenho a certeza que serão partilhadas por todos, que mais não seja porque eu conheço todas as realidades”), este vídeo é um espelho tão grande do que eu denomino por “treinador de bancada”, que eu tinha que o publicar para mais tarde recordar.

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Tenho que fazer esta quiche da Joana Roque, mas com natas de soja e leite sem lactose, “oh despois” eu conto comé que correu: Tarte de Presunto, Cebola e Azeitonas .

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“Start small and make it good” – a história do Sugru, um material tipo plasticina com silicone que dá para consertarmos qualquer coisa em casa, contada na primeira pessoa pela criadora: http://vimeo.com/72040407

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O preconceito que muita gente (eu diria o Tuga) tem para com as pessoas solteiras, escrito pela margarida. Quando tinha a idade dela ainda me revoltava exactoquanto. Hoje em dia limito-me a encolher os ombros e riscar do meu caderninho quem faz este tipo de juízo que deixa doida, e com razão, a margarida.

“A mais recente. Então e esse rapaz é casado? É que se é quer dizer que já acalmou um bocado.

Há o Espanhol, há o Inglês e há o Spanglish que resulta do facto destas almas Espanholas serem incapazes de dizer os “Vs” e de “toda la vida” só usarem 5 sons para vogais “a,e,i,o,u”.
Apesar de achar que este discurso é uma palermice como defesa dos Jogos Olímpicos, não resisti a rir-me da triste figura dos argumentos desta Senhora em Spanglish!
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Last, but NO THE LEAST, o leilão de livros para a princesa Tarita promovido pela Patrícia e para o qual rogo a participação de todos quantos gostam de ler. Eu ofereci alguns livros e há desde Gabriel Garcia Marquez, às irmãs Bronté, espreitem aqui, é só seguir os links que a Patrícia deu. Dão para uma boa causa e ainda compram livros a bom preço em vez de serem assaltados na FNAC.

Pois é, depois de um período de enorme generosidade em que juntámos 230 livros chegou a altura de transformar esta generosidade numa ajuda real para a Catarina, uma menina com síndrome de Rett.
Para além de ajudar a Catarina esta é uma forma de comprar livros a um preço baixo.
Nas próximas duas semanas os livros da lista que está na página aí ao lado (LIVROS PARA A CATARINA) vão estar à venda. Quem quiser comprar algum só tem que fazer a sua oferta na caixa de comentários, através do número e/ou nome do livro. No final destas duas semanas os livros que não forem vendidos diretamente serão leiloados.

Podem também fazer as vossas ofertas na página de Facebook AJUDAR COM LIVROS

Uma vez mais um muito OBRIGADA a todos os que têm ajudado a Princesa Tarita.

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Faz-me muita confusão a malta que emigra no pseudo-desespero

Eu explico.
Quando eu vim para a Holanda conheci bem menos de uma mão cheia de pessoas que tinham vindo para cá sem dinheiro, com uma mão na frente e outra atrás, a arriscar tudo o que tinham.
Vinha para a Holanda quem tinha cá emprego no bolso antes de se meter no avião, e era um emprego confortável, pelo menos por 50 mil euros ao ano ou 50 euros à hora para os contratados. Além destes, vinha a malta de áreas mais complicadas como os da investigação que vinham fazer os Doutoramentos, mas já com contrato assinado.
Tal como disse, conheci 4 ou 5 pessoas no máximo, que arriscaram tudo e vieram para a Holanda às cegas, com dinheiro para dois meses, e começaram do zero e hoje estão bem.
Mas há duas coisas que mudaram: a oferta de emprego hoje em dia é bem menor que antes e é muitíssimo mais difícil arranjar emprego sem se dizer uma palavra em Holandês porque o Governo é agora de Direita.
Dois “pequenos” factores que fazem toda a diferença.
Há apenas cinco anos atrás, não se emigrava desesperado ou revoltado, emigrava-se porque se queria viver noutro País, experimentar vivências novas, éramos na sua grande maioria malta nova e solteira.
Hoje em dia a quantidade de homens que vêm com mulher e filhos, arrancados ao Portugal à beira mar plantado, não porque eles não tenham emprego, mas porque acham que o nosso País é uma decadência e que está tudo errado, é absolutamente assustadora.
Pelo amor de Deus, parem para pensar.
Deixem de me dar a retórica do “o Passos mandou-me emigrar”. Isso não justifica o idealismo de que cá fora vai ser tudo melhor.
NEM TODA A GENTE NASCEU PARA SER EMIGRANTE.
Será que não entendem que na grande maioria das vezes a única coisa que vão ganhar a mais com a partida é um divórcio e uns trocos que não chegam sequer pra juntar um pé de meia?
Ganhar 20 mil euros brutos ou nem isso em Portugal é uma porcaria, mas ganharem menos de 50 mil ao ano na Holanda é uma valentíssima merda. Ou para explicar como expliquei no outro dia a uma miúda (amorosa por sinal): vir pra Holanda com 40 mil euros pra uma família de 3 ou 4 pessoas é o mesmo que estar a ganhar em Portugal mil euros por mês pra 4. É muito pouco.
Façam as vossas contas aqui: http://www.numbeo.com/cost-of-living/comparison.jsp
Aqui paga-se do nosso próprio bolso: casa, escola, alimentação (não há subsídios de alimentação, no limite se a empresa for grande têm uma cantina onde podem comer mais barato, mas também pagam!), o seguro de saúde, o imposto automóvel, o imposto de estradas, o imposto de saneamento, até os animais pagam imposto carago.
Vocês digam-me honestamente se vale a pena viverem no quinto cú do mundo, a milhares de quilómetros dos vossos Pais e sobrinhos, pra juntarem dinheiro pro bilhete de avião do verão e do natal?
Palavra de honra, não se metam nestas andanças se não tiverem um pé de meia bem gordo ou alguém que vos deite a mão quando cá chegarem, e não venham convencidos que a Holanda é um estado onde o socialismo impera. Aqui paga-se até pra mijar, quanto mais pra porem os putos na escola e pra irem ao hospital. Não se metam nestas andanças se não houver emprego pros dois membros do casal, e não se metam nisto caso a vossa cara metade não queira mesmo vir. Não façam isso aos vossos conjuges e acima de tudo aos vossos filhos – não lhes roubem os avós, os tios e os primos.
Não venham pra cá por menos de 50 mil euros brutos ao anos, caso contrário a única coisa que vão aprender é a poupar pra conseguirem que o dinheiro estique.
Parem pra pensar, tenham juízo e deixem-se de aventuras que só aguenta a Holanda ou outro País qualquer quem cresceu com vontade de viver cá fora e experimentar culturas e países e de agarrar este mundo inteiro pelos cornos. E não precisamos de ser todos iguais.
Depois não digam que não vos avisei.